O ouro está a passar por uma semana difícil. Os preços à vista caíram 1,31% para $3.947,70/oz na terça-feira — um movimento que deixa os hodlers nervosos. A prata foi ainda mais afetada, caindo 1,58% para $47,13/oz.
Aqui está o que correu mal: o mercado apostava fortemente numa redução da taxa de juro pelo Fed em dezembro. Antes de Powell falar, os traders tinham precificado uma probabilidade superior a 90%. Agora? Segundo o CME FedWatch, caiu para apenas 70,1%. Foi uma reversão massiva na narrativa.
O Fed cortou as taxas duas vezes este ano, a mais recente a 29 de outubro, levando a faixa para 3,75%-4%, e todos assumiam que os cortes continuariam. Mas ontem, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, desmentiu essa ideia — está preocupado com a inflação e não acha que outro corte seja garantido. E não está sozinho. A governadora do Fed, Lisa Cook, e a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disseram praticamente o mesmo. Até o chefe do Fed de Kansas City, Jeff Schmid, interveio: a inflação ainda está demasiado alta, sem mais cortes para mim.
Entretanto, o dólar dos EUA está a festejar. Chegou a uma cotação de três meses, a 100,027 — mais 0,32% num único dia. Quando o dólar se valoriza, o ouro fica mais caro para os compradores estrangeiros. É um obstáculo.
A Reviravolta na História: Pensarias que uma paralisação governamental de 35 dias, igualando o recorde de 2018-2019, impulsionaria o ouro. Normalmente, crise = procura por refúgio seguro. Mas não. Os traders estão, na verdade, a ficar otimistas sobre as negociações comerciais entre EUA e China — ambas as partes estão, supostamente, a recuar na escalada tarifária. O sentimento de risco está a regressar.
O Fator China: Pequim acabou de eliminar as isenções de IVA para retalhistas de ouro a partir de 1 de novembro. Pode parecer técnico, mas importa — a China e a Índia são os maiores consumidores mundiais de ouro. Custos mais elevados para o ouro a retalho = menos procura do maior comprador do mundo. Isso não ajuda os preços.
Conclusão: O ouro está preso entre duas forças. De um lado: os defensores da inflação no Fed + um dólar forte + o aperto na China. Do outro: o caos governamental e os receios de recessão. Neste momento, os ursos estão a ganhar.
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Por que o Ouro Acabou de Ser Derrubado: Os Sinais Confusos do Fed Estão Quebrando o Caso de Alta
O ouro está a passar por uma semana difícil. Os preços à vista caíram 1,31% para $3.947,70/oz na terça-feira — um movimento que deixa os hodlers nervosos. A prata foi ainda mais afetada, caindo 1,58% para $47,13/oz.
Aqui está o que correu mal: o mercado apostava fortemente numa redução da taxa de juro pelo Fed em dezembro. Antes de Powell falar, os traders tinham precificado uma probabilidade superior a 90%. Agora? Segundo o CME FedWatch, caiu para apenas 70,1%. Foi uma reversão massiva na narrativa.
O Fed cortou as taxas duas vezes este ano, a mais recente a 29 de outubro, levando a faixa para 3,75%-4%, e todos assumiam que os cortes continuariam. Mas ontem, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, desmentiu essa ideia — está preocupado com a inflação e não acha que outro corte seja garantido. E não está sozinho. A governadora do Fed, Lisa Cook, e a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disseram praticamente o mesmo. Até o chefe do Fed de Kansas City, Jeff Schmid, interveio: a inflação ainda está demasiado alta, sem mais cortes para mim.
Entretanto, o dólar dos EUA está a festejar. Chegou a uma cotação de três meses, a 100,027 — mais 0,32% num único dia. Quando o dólar se valoriza, o ouro fica mais caro para os compradores estrangeiros. É um obstáculo.
A Reviravolta na História: Pensarias que uma paralisação governamental de 35 dias, igualando o recorde de 2018-2019, impulsionaria o ouro. Normalmente, crise = procura por refúgio seguro. Mas não. Os traders estão, na verdade, a ficar otimistas sobre as negociações comerciais entre EUA e China — ambas as partes estão, supostamente, a recuar na escalada tarifária. O sentimento de risco está a regressar.
O Fator China: Pequim acabou de eliminar as isenções de IVA para retalhistas de ouro a partir de 1 de novembro. Pode parecer técnico, mas importa — a China e a Índia são os maiores consumidores mundiais de ouro. Custos mais elevados para o ouro a retalho = menos procura do maior comprador do mundo. Isso não ajuda os preços.
Conclusão: O ouro está preso entre duas forças. De um lado: os defensores da inflação no Fed + um dólar forte + o aperto na China. Do outro: o caos governamental e os receios de recessão. Neste momento, os ursos estão a ganhar.