
Os Circuitos Integrados de Aplicação Específica (ASICs) são chips criados para funções específicas e, no universo das criptomoedas, são projetados de forma otimizada para a execução de algoritmos de hash utilizados na mineração. Em relação aos processadores convencionais, os mineradores ASIC apresentam ganhos expressivos em eficiência, alcançando taxa de hash elevada com menor consumo energético. Desde o lançamento dos mineradores ASIC para Bitcoin em 2013, essa tecnologia revolucionou o setor de mineração de criptomoedas e fez com que a atividade migrasse da era das CPUs e GPUs para um estágio mais profissional e de grande escala.
A ideia dos Circuitos Integrados de Aplicação Específica existe desde a década de 1960, mas o uso desses componentes no mercado de criptomoedas começou em 2013. Nos primórdios do Bitcoin, a mineração era realizada principalmente com CPUs e GPUs, e a competição por poder computacional era relativamente baixa. Com a valorização do Bitcoin e o aumento da dificuldade de mineração, o mercado passou a demandar equipamentos cada vez mais eficientes.
Em 2013, a empresa chinesa Canaan Creative (antes conhecida como Avalon) lançou o primeiro minerador ASIC comercial de Bitcoin do mundo. Esses equipamentos eram centenas de vezes mais eficientes na execução do algoritmo SHA-256 do que as GPUs e ainda reduziam drasticamente o consumo de energia. Logo depois, companhias como Bitmain entraram no setor, acelerando o desenvolvimento e a adoção dos mineradores ASIC.
Esses dispositivos especializados fizeram a taxa de hash do Bitcoin crescer exponencialmente. Ao mesmo tempo, aumentaram as preocupações sobre a centralização da mineração, já que apenas investidores com grande capital conseguiam adquirir os equipamentos.
Os ASICs alcançam desempenho superior ao incorporar algoritmos específicos diretamente no chip de silício. Em comparação com processadores de uso geral, os ASICs apresentam as seguintes características técnicas:
O processo de mineração com ASIC envolve receber os dados do cabeçalho do bloco, adicionar um valor nonce, executar cálculos de hash e verificar se o resultado atende ao nível de dificuldade da rede. Se os requisitos forem cumpridos, o minerador conquista o direito de gerar um novo bloco e recebe a recompensa correspondente. Os ASICs modernos são capazes de realizar trilhões de cálculos de hash por segundo (TH/s - terahashes por segundo).
Com o avanço do setor de criptomoedas, a tecnologia ASIC passa por diversas transformações:
A evolução da tecnologia ASIC continuará influenciando a segurança das redes de criptomoedas, o grau de descentralização e o consumo global de energia, sendo o equilíbrio entre eficiência e descentralização um desafio permanente para o mercado.
Os Circuitos Integrados de Aplicação Específica (ASICs) tornaram-se elementos essenciais no ecossistema das criptomoedas, trazendo melhorias importantes em eficiência de mineração e mudando os modelos de segurança das redes blockchain. Apesar dos riscos de centralização associados a esses equipamentos, as altas taxas de hash fortalecem a proteção contra ataques de 51%. Com a evolução tecnológica e o amadurecimento do setor, os ASICs devem expandir sua atuação para outras aplicações blockchain, continuando a influenciar o desenvolvimento da infraestrutura das criptomoedas. A disputa entre poder computacional e o ideal de descentralização mantém a tecnologia ASIC em posição estratégica para o futuro das criptomoedas.


