Por que agora prestar atenção às ações de matérias-primas?
Após anos de ambiente de altas taxas de juro, juntamente com uma procura de importação fraca na China, as ações de matérias-primas têm sido negligenciadas pelo mercado. No entanto, a situação está a mudar — a China lançou uma série de políticas de estímulo económico, os bancos centrais globais entraram num ciclo de redução de taxas de juro, e estas mudanças oferecem novas oportunidades de investimento em ações de matérias-primas.
Ações de matérias-primas referem-se a empresas envolvidas na exploração, mineração e refinação de recursos naturais, incluindo setores agrícolas, mineiros, petróleo, entre outros. Por exemplo, a Vale do Brasil (VALE3) é a maior mineradora de minério de ferro do mundo, enquanto a ExxonMobil (XOM) é uma gigante do petróleo. O desempenho destas empresas está intimamente ligado às tendências dos preços das matérias-primas e à oferta e procura do mercado.
Sete indicadores-chave para investir em ações de matérias-primas
Antes de investir em ações de matérias-primas, os investidores devem focar-se nos seguintes indicadores:
Análise da procura — A procura por matérias-primas industriais (cimento, minério de ferro, cobre) depende principalmente da China. Como maior importador mundial de matérias-primas, as políticas de infraestrutura da China influenciam diretamente os preços globais de fornecimento. Em 2025, com o aumento das políticas económicas chinesas, a procura relacionada deverá continuar a subir.
Impacto de choques de oferta — Factores geopolíticos, regulamentos ambientais e acidentes de mineração podem causar escassez de oferta. Por exemplo, a guerra entre Ucrânia e Rússia em 2022 provocou uma subida rápida nos preços dos alimentos e um aumento nos preços de fertilizantes. As decisões da OPEC e OPEC+ também influenciam profundamente o fornecimento de petróleo.
Indicador de custos logísticos — O índice BDI de transporte marítimo a granel reflete as variações nos custos de transporte. Quando a procura dispara, as empresas aceleram o transporte, levando a um aumento do BDI, que é uma referência importante para prever os preços das matérias-primas.
Geopolítica e tarifas — As políticas comerciais internacionais alteram os locais de aquisição e os custos. Em 2025, a orientação política de Trump influenciará diretamente as tarifas de importação/exportação, afetando os lucros das empresas relacionadas.
Tendências regulatórias ambientais — As exigências ambientais globais tornam-se mais rigorosas, aumentando os custos de indústrias altamente poluentes como a siderurgia e a petroquímica. Os custos de mineração também sobem devido ao aumento dos padrões ambientais, pressionando os lucros das empresas a longo prazo.
Ciclo económico global — O crescimento económico impulsiona a procura industrial, levando a aumentos nos preços do cobre e do minério de ferro. No entanto, a exploração excessiva pode gerar competição de preços, sendo importante monitorar se a capacidade de produção consegue satisfazer a procura do mercado.
Impacto das taxas de juro — A redução de taxas e as políticas de QE beneficiam o ouro. Os bancos centrais aumentam as reservas de ouro, as instituições financeiras compram em massa (de acordo com o Acordo de Basileia III), e a preocupação com a desvalorização do dólar também impulsiona a procura por ouro.
Oportunidades de posicionamento em ações de matérias-primas nos EUA
ETF de ações de matérias-primas (XLB) e ETF de energia (XLE)
O XLB cobre empresas importantes de materiais químicos, metais, petroquímica, plásticos e materiais de construção nos EUA. Em 2025, Trump poderá aumentar os investimentos em infraestruturas, combinando com o ciclo de redução de taxas, o que reduzirá os custos de endividamento das empresas. As ações de matérias-primas de grande capitalização beneficiar-se-ão mais. A procura por ouro também continuará a subir — após a redução das taxas, o valor dos títulos diminui, tornando o ouro uma proteção mais atrativa.
O XLE é um ETF de ações de petróleo, composto por grandes empresas petrolíferas americanas e empresas relacionadas com refinação e armazenamento de energia. Embora o cenário do setor petrolífero em 2025 seja moderado, a redução de taxas de juro reduz os custos de financiamento, beneficiando empresas de grande capital.
ExxonMobil (XOM)
A maior petrolífera dos EUA está a transformar-se ativamente. Prevê-se que entre 2026 e 2030 invista entre 28 a 33 mil milhões de dólares por ano para aumentar a produção de gás natural e reduzir os custos de extração de petróleo. Sob o governo Trump, as políticas de apoio à indústria petroquímica tradicional podem intensificar-se, acelerando a transição, com boas perspetivas de lucros após 2025.
BHP
A maior mineradora mundial apresentou um desempenho fraco nos últimos dois anos, devido à desaceleração da procura chinesa por cobre e minério de ferro, que baixou os preços, além do aumento dos custos de transporte que reduziu os lucros. Contudo, há sinais de reversão antes de 2025.
Primeiro, a China lançou várias políticas de estímulo económico, que deverão intensificar-se até 2025. Segundo, o rápido desenvolvimento da IA exige uma grande quantidade de energia elétrica, o que aumentará significativamente a procura por cobre, podendo gerar uma crise de oferta de cobre no futuro. A BHP, com vastas reservas de cobre, tem um futuro promissor.
Seleção de ações de matérias-primas na bolsa de Taiwan
Asia Cement (1102.TW)
No passado, o setor de cimento foi afetado pela fraqueza do mercado imobiliário chinês, mas a Asia Cement mantém lucros relativamente estáveis. A chave está no controlo de custos — assinou contratos com a Taipé Electric, com o governo chinês para políticas de fornecimento garantido, e investiu na Yumin Shipping para reduzir custos de transporte.
No final de 2024, a China abrirá a sua política imobiliária, e em 2025 espera-se que as políticas de estímulo aumentem. Além disso, a redução da oferta de cimento deverá estabilizar e fazer os preços subir novamente, levando a uma recuperação do setor. A Asia Cement, líder em lucros, pode tornar-se uma líder de mercado.
Tung Ho Steel (2006.TW)
Em comparação com a China Steel, que cobre toda a cadeia de produção e tem custos elevados, a Tung Ho Steel foca na fundição de sucata de aço, com custos energéticos mais baixos e menor impacto do aumento de custos ambientais. Produz principalmente perfis H para edifícios comerciais, com procura relativamente estável.
Para 2025, a procura por aço parece boa, mas a estabilidade dos pedidos depende das políticas tarifárias de Trump — se as empresas estabelecerem fábricas nos EUA, a procura de aço em Taiwan poderá diminuir. Os investidores devem acompanhar de perto as políticas relacionadas.
Vantagens de ações de matérias-primas versus investimento direto em matérias-primas
Rendimento de dividendos mais estável — Muitos preços de matérias-primas são regulados pelo governo, sendo mais adequados para operações de curto prazo, mas possuir ações de empresas relacionadas permite receber dividendos, garantindo lucros mais estáveis a longo prazo.
Reação antecipada às tendências futuras — Os preços das matérias-primas tendem a subir ou descer lentamente, mas os preços das ações antecipam-se às boas notícias, permitindo aos investidores aproveitar oportunidades em tempo útil.
Mitigação do risco de manipulação de fundos — Investir diretamente em matérias-primas pode ser facilmente influenciado por grandes fundos, e eventos de “short squeeze” muitas vezes resultam de batalhas de fundos, não de mudanças na oferta e procura. Em contraste, os fundamentos das empresas são mais difíceis de manipular.
Por isso, para uma estratégia de longo prazo no mercado de matérias-primas, as ações relacionadas são uma opção mais segura.
Ver original
Esta página pode conter conteúdos de terceiros, que são fornecidos apenas para fins informativos (sem representações/garantias) e não devem ser considerados como uma aprovação dos seus pontos de vista pela Gate, nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Declaração de exoneração de responsabilidade para obter mais informações.
O ciclo de redução de taxas começou, como deve ser a alocação de ações de matérias-primas? Análise das oportunidades de investimento para 2025
Por que agora prestar atenção às ações de matérias-primas?
Após anos de ambiente de altas taxas de juro, juntamente com uma procura de importação fraca na China, as ações de matérias-primas têm sido negligenciadas pelo mercado. No entanto, a situação está a mudar — a China lançou uma série de políticas de estímulo económico, os bancos centrais globais entraram num ciclo de redução de taxas de juro, e estas mudanças oferecem novas oportunidades de investimento em ações de matérias-primas.
Ações de matérias-primas referem-se a empresas envolvidas na exploração, mineração e refinação de recursos naturais, incluindo setores agrícolas, mineiros, petróleo, entre outros. Por exemplo, a Vale do Brasil (VALE3) é a maior mineradora de minério de ferro do mundo, enquanto a ExxonMobil (XOM) é uma gigante do petróleo. O desempenho destas empresas está intimamente ligado às tendências dos preços das matérias-primas e à oferta e procura do mercado.
Sete indicadores-chave para investir em ações de matérias-primas
Antes de investir em ações de matérias-primas, os investidores devem focar-se nos seguintes indicadores:
Análise da procura — A procura por matérias-primas industriais (cimento, minério de ferro, cobre) depende principalmente da China. Como maior importador mundial de matérias-primas, as políticas de infraestrutura da China influenciam diretamente os preços globais de fornecimento. Em 2025, com o aumento das políticas económicas chinesas, a procura relacionada deverá continuar a subir.
Impacto de choques de oferta — Factores geopolíticos, regulamentos ambientais e acidentes de mineração podem causar escassez de oferta. Por exemplo, a guerra entre Ucrânia e Rússia em 2022 provocou uma subida rápida nos preços dos alimentos e um aumento nos preços de fertilizantes. As decisões da OPEC e OPEC+ também influenciam profundamente o fornecimento de petróleo.
Indicador de custos logísticos — O índice BDI de transporte marítimo a granel reflete as variações nos custos de transporte. Quando a procura dispara, as empresas aceleram o transporte, levando a um aumento do BDI, que é uma referência importante para prever os preços das matérias-primas.
Geopolítica e tarifas — As políticas comerciais internacionais alteram os locais de aquisição e os custos. Em 2025, a orientação política de Trump influenciará diretamente as tarifas de importação/exportação, afetando os lucros das empresas relacionadas.
Tendências regulatórias ambientais — As exigências ambientais globais tornam-se mais rigorosas, aumentando os custos de indústrias altamente poluentes como a siderurgia e a petroquímica. Os custos de mineração também sobem devido ao aumento dos padrões ambientais, pressionando os lucros das empresas a longo prazo.
Ciclo económico global — O crescimento económico impulsiona a procura industrial, levando a aumentos nos preços do cobre e do minério de ferro. No entanto, a exploração excessiva pode gerar competição de preços, sendo importante monitorar se a capacidade de produção consegue satisfazer a procura do mercado.
Impacto das taxas de juro — A redução de taxas e as políticas de QE beneficiam o ouro. Os bancos centrais aumentam as reservas de ouro, as instituições financeiras compram em massa (de acordo com o Acordo de Basileia III), e a preocupação com a desvalorização do dólar também impulsiona a procura por ouro.
Oportunidades de posicionamento em ações de matérias-primas nos EUA
ETF de ações de matérias-primas (XLB) e ETF de energia (XLE)
O XLB cobre empresas importantes de materiais químicos, metais, petroquímica, plásticos e materiais de construção nos EUA. Em 2025, Trump poderá aumentar os investimentos em infraestruturas, combinando com o ciclo de redução de taxas, o que reduzirá os custos de endividamento das empresas. As ações de matérias-primas de grande capitalização beneficiar-se-ão mais. A procura por ouro também continuará a subir — após a redução das taxas, o valor dos títulos diminui, tornando o ouro uma proteção mais atrativa.
O XLE é um ETF de ações de petróleo, composto por grandes empresas petrolíferas americanas e empresas relacionadas com refinação e armazenamento de energia. Embora o cenário do setor petrolífero em 2025 seja moderado, a redução de taxas de juro reduz os custos de financiamento, beneficiando empresas de grande capital.
ExxonMobil (XOM)
A maior petrolífera dos EUA está a transformar-se ativamente. Prevê-se que entre 2026 e 2030 invista entre 28 a 33 mil milhões de dólares por ano para aumentar a produção de gás natural e reduzir os custos de extração de petróleo. Sob o governo Trump, as políticas de apoio à indústria petroquímica tradicional podem intensificar-se, acelerando a transição, com boas perspetivas de lucros após 2025.
BHP
A maior mineradora mundial apresentou um desempenho fraco nos últimos dois anos, devido à desaceleração da procura chinesa por cobre e minério de ferro, que baixou os preços, além do aumento dos custos de transporte que reduziu os lucros. Contudo, há sinais de reversão antes de 2025.
Primeiro, a China lançou várias políticas de estímulo económico, que deverão intensificar-se até 2025. Segundo, o rápido desenvolvimento da IA exige uma grande quantidade de energia elétrica, o que aumentará significativamente a procura por cobre, podendo gerar uma crise de oferta de cobre no futuro. A BHP, com vastas reservas de cobre, tem um futuro promissor.
Seleção de ações de matérias-primas na bolsa de Taiwan
Asia Cement (1102.TW)
No passado, o setor de cimento foi afetado pela fraqueza do mercado imobiliário chinês, mas a Asia Cement mantém lucros relativamente estáveis. A chave está no controlo de custos — assinou contratos com a Taipé Electric, com o governo chinês para políticas de fornecimento garantido, e investiu na Yumin Shipping para reduzir custos de transporte.
No final de 2024, a China abrirá a sua política imobiliária, e em 2025 espera-se que as políticas de estímulo aumentem. Além disso, a redução da oferta de cimento deverá estabilizar e fazer os preços subir novamente, levando a uma recuperação do setor. A Asia Cement, líder em lucros, pode tornar-se uma líder de mercado.
Tung Ho Steel (2006.TW)
Em comparação com a China Steel, que cobre toda a cadeia de produção e tem custos elevados, a Tung Ho Steel foca na fundição de sucata de aço, com custos energéticos mais baixos e menor impacto do aumento de custos ambientais. Produz principalmente perfis H para edifícios comerciais, com procura relativamente estável.
Para 2025, a procura por aço parece boa, mas a estabilidade dos pedidos depende das políticas tarifárias de Trump — se as empresas estabelecerem fábricas nos EUA, a procura de aço em Taiwan poderá diminuir. Os investidores devem acompanhar de perto as políticas relacionadas.
Vantagens de ações de matérias-primas versus investimento direto em matérias-primas
Rendimento de dividendos mais estável — Muitos preços de matérias-primas são regulados pelo governo, sendo mais adequados para operações de curto prazo, mas possuir ações de empresas relacionadas permite receber dividendos, garantindo lucros mais estáveis a longo prazo.
Reação antecipada às tendências futuras — Os preços das matérias-primas tendem a subir ou descer lentamente, mas os preços das ações antecipam-se às boas notícias, permitindo aos investidores aproveitar oportunidades em tempo útil.
Mitigação do risco de manipulação de fundos — Investir diretamente em matérias-primas pode ser facilmente influenciado por grandes fundos, e eventos de “short squeeze” muitas vezes resultam de batalhas de fundos, não de mudanças na oferta e procura. Em contraste, os fundamentos das empresas são mais difíceis de manipular.
Por isso, para uma estratégia de longo prazo no mercado de matérias-primas, as ações relacionadas são uma opção mais segura.