Fonte: CriptoTendencia
Título Original: Defipunk: o manifesto que quer devolver a Ethereum o seu ADN
Link Original:
Na Devconnect ARG, o Ethereum Privacy Stack foi responsável por uma das conversas mais profundas do evento. Hsiao-Wei Wang, da Ethereum Foundation, apresentou uma ideia que se sentiu mais como um manifesto do que como uma apresentação técnica: Defipunk. Um apelo para regressar aos valores que deram origem ao Ethereum e ao movimento cypherpunk, quando DeFi significava privacidade, descentralização e controlo real do utilizador sobre os seus ativos.
O espírito Defipunk: voltar às origens
Wang definiu Defipunk como a aplicação direta dos valores cypherpunk ao ecossistema financeiro descentralizado:
Privacidade como direito básico
Protocolos sem permissões
Cultura open-source real
Autocustódia total
Criptografia acima da confiança
A Ethereum Foundation publicou mesmo uma nova política de tesouraria para alinhar os seus investimentos com estes princípios. Se o Ethereum defende um conjunto de valores — disse a oradora —, a sua própria gestão financeira tem de os refletir.
Os seis pilares do Defipunk
Wang apresentou o enquadramento conceptual que a EF utilizará na avaliação de projetos, conhecido como Defipunk Properties. São seis princípios que devem guiar qualquer protocolo sério:
1. Segurança acima de tudo: Sistemas testados, auditados e sem atalhos.
2. Open-source como padrão: Não basta publicar código: usar licenças livres que permitam forks, auditoria e colaboração comunitária.
3. Autocustódia para o utilizador: As tuas chaves, os teus ativos. Sem terceiros envolvidos.
4. Criptografia antes da confiança: Designs baseados em provas verificáveis, não em autoridades centrais.
5. Ferramentas que protejam as liberdades civis: Tecnologias orientadas para preservar a privacidade e os direitos em ambientes hostis.
6. Privacidade como valor central: Não como um extra, mas como parte do núcleo do protocolo.
A realidade incómoda: poucos projetos cumprem
Wang foi sincera: desde junho, avaliar projetos sob esta perspetiva foi difícil. Muito poucos cumprem a maioria destes critérios.
Hoje vêem-se front-ends centralizados, admin keys com demasiado poder, processos opacos e protocolos que se promovem como descentralizados, mas que deixam escapar dependência após dependência.
Defipunk procura expor essa contradição e empurrar o ecossistema para padrões mais elevados.
Um guia para utilizadores e desenvolvedores
A ideia não é que a Ethereum Foundation imponha regras, mas sim que todo o ecossistema adopte melhores hábitos. Wang convidou até os utilizadores não técnicos a observar:
Como são mantidos os repositórios.
Como são atualizados os parâmetros.
Como funciona a governação.
Se existe uma UI alternativa auto-hospedada.
E se o protocolo pode ser modificado sem passar por uma admin key oculta.
A descentralização não se promete: prova-se.
Ethereum como refúgio de valores, não apenas de tecnologia
A apresentação terminou com uma mensagem que resume tudo:
Ethereum deve ser um refúgio para os valores Defipunk. Não é um lema, é um compromisso.
Defipunk não procura nostalgia. Procura lembrar ao ecossistema que o Ethereum nasceu para ser um espaço livre, seguro e resistente à censura, especialmente para quem vive em regiões onde o sistema financeiro ou político oprime.
A Devconnect ARG mostrou um Ethereum introspectivo, crítico e disposto a corrigir o seu rumo. E este manifesto parece fazer parte dessa nova folha de rota.
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Defipunk: o manifesto que quer devolver o ADN à Ethereum
Fonte: CriptoTendencia Título Original: Defipunk: o manifesto que quer devolver a Ethereum o seu ADN Link Original: Na Devconnect ARG, o Ethereum Privacy Stack foi responsável por uma das conversas mais profundas do evento. Hsiao-Wei Wang, da Ethereum Foundation, apresentou uma ideia que se sentiu mais como um manifesto do que como uma apresentação técnica: Defipunk. Um apelo para regressar aos valores que deram origem ao Ethereum e ao movimento cypherpunk, quando DeFi significava privacidade, descentralização e controlo real do utilizador sobre os seus ativos.
O espírito Defipunk: voltar às origens
Wang definiu Defipunk como a aplicação direta dos valores cypherpunk ao ecossistema financeiro descentralizado:
A Ethereum Foundation publicou mesmo uma nova política de tesouraria para alinhar os seus investimentos com estes princípios. Se o Ethereum defende um conjunto de valores — disse a oradora —, a sua própria gestão financeira tem de os refletir.
Os seis pilares do Defipunk
Wang apresentou o enquadramento conceptual que a EF utilizará na avaliação de projetos, conhecido como Defipunk Properties. São seis princípios que devem guiar qualquer protocolo sério:
1. Segurança acima de tudo: Sistemas testados, auditados e sem atalhos.
2. Open-source como padrão: Não basta publicar código: usar licenças livres que permitam forks, auditoria e colaboração comunitária.
3. Autocustódia para o utilizador: As tuas chaves, os teus ativos. Sem terceiros envolvidos.
4. Criptografia antes da confiança: Designs baseados em provas verificáveis, não em autoridades centrais.
5. Ferramentas que protejam as liberdades civis: Tecnologias orientadas para preservar a privacidade e os direitos em ambientes hostis.
6. Privacidade como valor central: Não como um extra, mas como parte do núcleo do protocolo.
A realidade incómoda: poucos projetos cumprem
Wang foi sincera: desde junho, avaliar projetos sob esta perspetiva foi difícil. Muito poucos cumprem a maioria destes critérios.
Hoje vêem-se front-ends centralizados, admin keys com demasiado poder, processos opacos e protocolos que se promovem como descentralizados, mas que deixam escapar dependência após dependência.
Defipunk procura expor essa contradição e empurrar o ecossistema para padrões mais elevados.
Um guia para utilizadores e desenvolvedores
A ideia não é que a Ethereum Foundation imponha regras, mas sim que todo o ecossistema adopte melhores hábitos. Wang convidou até os utilizadores não técnicos a observar:
A descentralização não se promete: prova-se.
Ethereum como refúgio de valores, não apenas de tecnologia
A apresentação terminou com uma mensagem que resume tudo:
Defipunk não procura nostalgia. Procura lembrar ao ecossistema que o Ethereum nasceu para ser um espaço livre, seguro e resistente à censura, especialmente para quem vive em regiões onde o sistema financeiro ou político oprime.
A Devconnect ARG mostrou um Ethereum introspectivo, crítico e disposto a corrigir o seu rumo. E este manifesto parece fazer parte dessa nova folha de rota.