## O mercado bolsista mexicano decola: 2025 marca um ponto de inflexão para investidores
A Bolsa Mexicana de Valores (BMV) está a escrever uma história inesperada em 2025. Enquanto os principais índices norte-americanos permanecem estagnados ou em vermelho, o S&P/BMV IPC acumula um ganho de 21,7% nos últimos 12 meses, superando as expectativas mais otimistas dos analistas. Este desempenho destaca-se especialmente considerando um contexto marcado por tarifas de 25% sobre produtos mexicanos e a incerteza geopolítica derivada do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
## As empresas mexicanas cotadas em bolsa: os motores do repunte
Por trás deste rally encontram-se as grandes corporações que dominam a BMV. As cinco empresas com maior capitalização bolsista —Walmart de México, América Móvil, Grupo México, Fomento Económico Mexicano (FEMSA) e Grupo Financiero Banorte— concentram 44,2% da capitalização total do mercado, funcionando como pilares sobre os quais repousa a estabilidade de todo o sistema. No índice principal S&P/BMV IPC, estas mesmas companhias representam 55,8% do peso total.
## BMV: uma bolsa pequena mas estratégica
Com apenas 145 empresas cotadas (140 delas mexicanas), a BMV é a segunda maior da América Latina e a quinta do continente americano. O contraste é dramático com os Estados Unidos: as cinco maiores corporações norte-americanas superam em mais de 15 vezes o valor de mercado total de toda a Bolsa Mexicana de Valores. Esta concentração extrema em poucas empresas significa que acompanhar de perto as empresas líderes fornece uma radiografia praticamente completa do mercado mexicano.
O S&P/BMV IPC, composto por 35 ações ponderadas por capitalização de mercado (revisado duas vezes por ano em março e setembro), é o termómetro mais fiável do desempenho geral. Com um rendimento anualizado de 29% no último ano, de 15% a cinco anos e de 6,44% a uma década, reflete volatilidade mas também oportunidades a longo prazo.
## As cinco corporações líderes: os seus números em 2025
**Walmart de México:** Com capitalização de 1,10 B MXN, é o retalhista dominante na América Central. No segundo trimestre de 2025, as suas vendas cresceram para 246.254 milhões de pesos face a 227.415 milhões do ano anterior. O lucro líquido situou-se em 11.227 milhões de pesos. Barron's mantém recomendação de "sobreponderar" com preço-alvo em 63,97 dólares.
**América Móvil:** A telecom multinacional alcança uma capitalização de 70,75 mil M USD, operando em 23 países com mais de 323 milhões de utilizadores. No terceiro trimestre de 2025 registou receitas de 232.920 milhões de pesos (crescimento interanual de 4,2%) e lucro líquido de 22.700 milhões de pesos. O consenso de analistas recomenda compra com preço-alvo de 21,323 MXN em 12 meses.
**Grupo México:** Este conglomerado de 1,27 B MXN em capitalização viu crescer as suas receitas 11% no Q3 2025, atingindo 4.590 milhões de dólares, com lucro líquido a disparar mais de 50% até 1.290 milhões de dólares. O preço-alvo médio do consenso é 149,42 MXN, sugerindo potencial de queda de 6,9%.
**FEMSA:** Com capitalização de 583,28 mil M MXN, o maior engarrafador da Coca-Cola a nível mundial registou no terceiro trimestre receitas consolidadas de 214.638 milhões de pesos (crescimento de 9,1%), embora o lucro líquido tenha caído 36,8% para 5.838 milhões devido a perdas cambiais. O rendimento por dividendo situa-se em 7,4%.
**Banorte:** O segundo maior banco do México e da América Latina apresenta uma capitalização de 534,70 mil M MXN. No Q3 2025 registou resultado líquido de 13.008 milhões de pesos, recuando 9% interanualmente. O seu baixo rácio PER (9,02) e rendimento por dividendo de 7,30% posicionam-no como valor defensivo. Barron's recomenda "sobreponderar".
## Ambiente macroeconómico favorável apesar dos desafios
A economia mexicana navega 2025 com maior estabilidade do que o previsto. A inflação desce para cerca de 3,5% ao ano, permitindo ao Banco do México implementar cortes graduais nas taxas. O peso mantém resiliência, evitando depreciações abruptas mesmo em momentos de tensão comercial. Este comportamento reduz pressões nos custos operacionais das empresas mexicanas cotadas em bolsa.
O nearshoring continua a alimentar a entrada de investimento estrangeiro, enquanto o consumo interno permanece sólido como colchão contra a volatilidade externa. O S&P/BMV IPC mantém-se perto dos 63.000–64.000 pontos, refletindo a confiança de investidores internacionais no México como destino de investimento.
## Oportunidade de reequilíbrio de carteiras
Para investidores tradicionalmente concentrados em ativos norte-americanos, o contraste de rentabilidade é revelador. Enquanto índices como o S&P 500 acumulam ganhos modestos, as grandes empresas mexicanas cotadas em bolsa protagonizaram um rally sustentado. Uma estratégia equilibrada poderia combinar exposição selectiva a corporações mexicanas líderes, presença em ativos norte-americanos de qualidade, e obrigações locais de ambas as economias, capturando diferenças de rendimento enquanto mitigam riscos comerciais, monetários e geopolíticos num ano de transformações significativas.
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## O mercado bolsista mexicano decola: 2025 marca um ponto de inflexão para investidores
A Bolsa Mexicana de Valores (BMV) está a escrever uma história inesperada em 2025. Enquanto os principais índices norte-americanos permanecem estagnados ou em vermelho, o S&P/BMV IPC acumula um ganho de 21,7% nos últimos 12 meses, superando as expectativas mais otimistas dos analistas. Este desempenho destaca-se especialmente considerando um contexto marcado por tarifas de 25% sobre produtos mexicanos e a incerteza geopolítica derivada do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
## As empresas mexicanas cotadas em bolsa: os motores do repunte
Por trás deste rally encontram-se as grandes corporações que dominam a BMV. As cinco empresas com maior capitalização bolsista —Walmart de México, América Móvil, Grupo México, Fomento Económico Mexicano (FEMSA) e Grupo Financiero Banorte— concentram 44,2% da capitalização total do mercado, funcionando como pilares sobre os quais repousa a estabilidade de todo o sistema. No índice principal S&P/BMV IPC, estas mesmas companhias representam 55,8% do peso total.
## BMV: uma bolsa pequena mas estratégica
Com apenas 145 empresas cotadas (140 delas mexicanas), a BMV é a segunda maior da América Latina e a quinta do continente americano. O contraste é dramático com os Estados Unidos: as cinco maiores corporações norte-americanas superam em mais de 15 vezes o valor de mercado total de toda a Bolsa Mexicana de Valores. Esta concentração extrema em poucas empresas significa que acompanhar de perto as empresas líderes fornece uma radiografia praticamente completa do mercado mexicano.
O S&P/BMV IPC, composto por 35 ações ponderadas por capitalização de mercado (revisado duas vezes por ano em março e setembro), é o termómetro mais fiável do desempenho geral. Com um rendimento anualizado de 29% no último ano, de 15% a cinco anos e de 6,44% a uma década, reflete volatilidade mas também oportunidades a longo prazo.
## As cinco corporações líderes: os seus números em 2025
**Walmart de México:** Com capitalização de 1,10 B MXN, é o retalhista dominante na América Central. No segundo trimestre de 2025, as suas vendas cresceram para 246.254 milhões de pesos face a 227.415 milhões do ano anterior. O lucro líquido situou-se em 11.227 milhões de pesos. Barron's mantém recomendação de "sobreponderar" com preço-alvo em 63,97 dólares.
**América Móvil:** A telecom multinacional alcança uma capitalização de 70,75 mil M USD, operando em 23 países com mais de 323 milhões de utilizadores. No terceiro trimestre de 2025 registou receitas de 232.920 milhões de pesos (crescimento interanual de 4,2%) e lucro líquido de 22.700 milhões de pesos. O consenso de analistas recomenda compra com preço-alvo de 21,323 MXN em 12 meses.
**Grupo México:** Este conglomerado de 1,27 B MXN em capitalização viu crescer as suas receitas 11% no Q3 2025, atingindo 4.590 milhões de dólares, com lucro líquido a disparar mais de 50% até 1.290 milhões de dólares. O preço-alvo médio do consenso é 149,42 MXN, sugerindo potencial de queda de 6,9%.
**FEMSA:** Com capitalização de 583,28 mil M MXN, o maior engarrafador da Coca-Cola a nível mundial registou no terceiro trimestre receitas consolidadas de 214.638 milhões de pesos (crescimento de 9,1%), embora o lucro líquido tenha caído 36,8% para 5.838 milhões devido a perdas cambiais. O rendimento por dividendo situa-se em 7,4%.
**Banorte:** O segundo maior banco do México e da América Latina apresenta uma capitalização de 534,70 mil M MXN. No Q3 2025 registou resultado líquido de 13.008 milhões de pesos, recuando 9% interanualmente. O seu baixo rácio PER (9,02) e rendimento por dividendo de 7,30% posicionam-no como valor defensivo. Barron's recomenda "sobreponderar".
## Ambiente macroeconómico favorável apesar dos desafios
A economia mexicana navega 2025 com maior estabilidade do que o previsto. A inflação desce para cerca de 3,5% ao ano, permitindo ao Banco do México implementar cortes graduais nas taxas. O peso mantém resiliência, evitando depreciações abruptas mesmo em momentos de tensão comercial. Este comportamento reduz pressões nos custos operacionais das empresas mexicanas cotadas em bolsa.
O nearshoring continua a alimentar a entrada de investimento estrangeiro, enquanto o consumo interno permanece sólido como colchão contra a volatilidade externa. O S&P/BMV IPC mantém-se perto dos 63.000–64.000 pontos, refletindo a confiança de investidores internacionais no México como destino de investimento.
## Oportunidade de reequilíbrio de carteiras
Para investidores tradicionalmente concentrados em ativos norte-americanos, o contraste de rentabilidade é revelador. Enquanto índices como o S&P 500 acumulam ganhos modestos, as grandes empresas mexicanas cotadas em bolsa protagonizaram um rally sustentado. Uma estratégia equilibrada poderia combinar exposição selectiva a corporações mexicanas líderes, presença em ativos norte-americanos de qualidade, e obrigações locais de ambas as economias, capturando diferenças de rendimento enquanto mitigam riscos comerciais, monetários e geopolíticos num ano de transformações significativas.