De defesa quântica à reconstrução do núcleo, as dez principais mudanças tecnológicas ordenadas por impacto.
O resumo anual do Bitcoin Optech é tradicionalmente considerado o farol técnico do ecossistema Bitcoin. Ele não se preocupa com as oscilações de preço, apenas registra os movimentos mais autênticos do protocolo Bitcoin e infraestrutura chave.
O relatório de 2025 revela uma tendência clara: o Bitcoin está passando de uma “defesa passiva” para uma “evolução ativa” do paradigma.
No último ano, a comunidade deixou de se contentar apenas com correções de vulnerabilidades, passando a abordar sistematicamente ameaças de sobrevivência (como computação quântica), e explorando de forma agressiva os limites de escalabilidade e programabilidade, sem sacrificar a descentralização. Este relatório não é apenas uma nota para desenvolvedores, mas um índice fundamental para entender as propriedades do ativo Bitcoin, segurança de rede e lógica de governança nos próximos cinco a dez anos.
Conclusões principais
Ao olhar para 2025, a evolução tecnológica do Bitcoin apresenta três características centrais, que também são a chave para entender os seguintes 10 eventos:
Defesa proativa: O roteiro de defesa contra ameaças quânticas tornou-se claro e operacional, com o pensamento de segurança se estendendo do “agora” para a “pós-quântica”.
Camadas funcionais: Discussões intensas sobre propostas de soft fork, como o BIP119 (CTV) e BIP348 (CSFS), além da evolução “hot-swappable” da Lightning, demonstram que o Bitcoin busca alcançar uma arquitetura de “base sólida, camada superior flexível” por meio de protocolos em camadas.
Infraestrutura descentralizada: Desde o protocolo de mineração (Stratum v2) até a validação de nós (Utreexo/SwiftSync), muitos recursos de engenharia foram investidos para reduzir barreiras de participação e aumentar resistência à censura, visando combater a atração centralizadora do mundo físico.
O relatório anual do Bitcoin Optech cobre centenas de commits, debates em grupos de discussão e propostas BIP do último ano. Para extrair sinais relevantes do ruído técnico, descartei atualizações focadas apenas em “otimizações locais” e selecionei os 10 eventos com impacto estrutural no ecossistema.
Defesa sistemática contra ameaças quânticas e “roteiro de reforço”
【Status: Pesquisa e propostas de longo prazo】
2025 marca uma mudança de atitude na comunidade Bitcoin frente à ameaça da computação quântica, passando de discussão teórica para preparação de engenharia. O BIP360 foi numerado e renomeado para P2TSH (Pay to Tapscript Hash). Isso é visto como um passo importante no roteiro de reforço quântico, além de servir de forma mais geral a alguns casos de uso do Taproot (como estruturas de compromisso que não requerem chave interna).
Simultaneamente, a comunidade aprofundou discussões sobre soluções específicas de assinatura segura quântica, incluindo a introdução futura de scripts compatíveis (como reintrodução do OP_CAT ou novos operadores de assinatura), uso de OP_CAT para construir assinaturas Winternitz, debates sobre validação STARK como capacidade nativa de script, e otimizações de custos on-chain para esquemas de assinatura hash (como SLH-DSA / SPHINCS+).
Este tema ocupa a primeira posição porque toca na base matemática do Bitcoin. Se a computação quântica realmente enfraquecer a hipótese de logaritmo discreto em curvas elípticas (ameaçando a segurança de ECDSA/Schnorr), isso provocará uma migração sistêmica e uma hierarquia de segurança de saídas históricas. Isso obriga o Bitcoin a se preparar antecipadamente para atualizações no protocolo e nas carteiras. Para investidores de longo prazo, escolher soluções de custódia com roteiro de atualização e cultura de auditoria de segurança, além de monitorar possíveis janelas de migração futuras, será essencial para preservação de ativos.
Explosão de propostas de soft fork: a fundação do “cofre programável”
【Status: Discussões intensas / Em fase de rascunho】
Este ano foi marcado por uma alta densidade de discussões sobre propostas de soft fork, com foco em como liberar a capacidade de script mantendo a simplicidade. Propostas contratuais como BIP119 (CTV) e BIP348 (CSFS), além de tecnologias como LNHANCE e OP_TEMPLATEHASH, tentam introduzir regras mais seguras de “restrição”. Além disso, OP_CHECKCONTRACTVERIFY (CCV) foi incorporado ao BIP443, e várias propostas de operações aritméticas e recuperação de scripts estão aguardando consenso.
Essas atualizações, embora complexas, representam uma adição de “leis físicas” ao valor global da rede. Elas podem tornar as construções nativas de " cofres (Vaults)" mais simples, seguras e padronizadas, permitindo que usuários configurem mecanismos de atraso para saques e janelas de revogação, realizando “autoproteção programável” a partir do nível de expressão do protocolo. Além disso, essas capacidades podem reduzir significativamente os custos e a complexidade de interações em camadas secundárias como Lightning e DLCs (Contratos de Logaritmo Discreto).
Reconstrução da infraestrutura de mineração contra censura
【Status: Implementação experimental / Evolução do protocolo】
A descentralização na camada de mineração é decisiva para a resistência à censura do Bitcoin. Em 2025, o Bitcoin Core 30.0 introduziu uma interface IPC experimental, otimizando significativamente a interação entre software de pools/mineração Stratum v2 e a lógica de validação do Bitcoin Core, reduzindo a dependência de JSON-RPC ineficiente, facilitando a integração do Stratum v2.
Uma das capacidades-chave do Stratum v2 é (quando ativado o mecanismo de negociação de trabalhos) transferir ainda mais o controle de seleção de transações dos pools para os mineradores, aumentando a resistência à censura. Simultaneamente, a emergência do MEVpool tenta resolver o problema do MEV por meio de templates anônimos e competição de mercado: idealmente, vários marketplaces coexistirão, evitando que um único mercado se torne um novo centro de centralização. Isso é crucial para que usuários comuns possam, em ambientes extremos, ainda confiar na inclusão justa de suas transações.
Atualização do sistema imunológico: divulgação de vulnerabilidades e fuzzing diferencial
【Status: Operação contínua de engenharia】
A segurança do Bitcoin depende de autoavaliações antes de ataques reais. Em 2025, o Optech documentou muitas vulnerabilidades em Bitcoin Core e implementações Lightning (como LDK/LND/Eclair), abrangendo desde travamentos de fundos até anonimização de privacidade e riscos graves de roubo de moedas. Este ano, o Bitcoinfuzz utilizou a técnica de “fuzzing diferencial” para comparar respostas de diferentes softwares ao mesmo dado, identificando mais de 35 bugs profundos.
Esse “teste de estresse” de alta intensidade é sinal de maturidade do ecossistema. Funciona como uma vacina: expõe problemas a curto prazo, mas fortalece o sistema a longo prazo. Para usuários que dependem de ferramentas de privacidade ou Lightning, é um alerta: nenhum software é perfeito, manter componentes atualizados é a regra mais básica para segurança de depósitos.
Splicing na Lightning Network: a “atualização quente” de canais
【Status: Suporte experimental entre implementações】
Em 2025, a Lightning Network alcançou uma grande inovação: Splicing (conexão/atualização de canais). Essa tecnologia permite que usuários ajustem dinamicamente os fundos sem fechar o canal, já suportada experimentalmente por LDK, Eclair e Core Lightning. Embora os padrões BOLTs ainda estejam em desenvolvimento, testes de compatibilidade entre implementações já avançaram bastante.
Splicing é a capacidade de “adicionar ou remover fundos sem fechar o canal”. Pode reduzir falhas de pagamento e dificuldades operacionais causadas por ajustes de fundos. Futuramente, carteiras poderão diminuir o custo de engenharia de canais, tornando o LN uma camada de pagamento mais próxima de uma “conta de saldo”, facilitando sua adoção em larga escala.
Revolução no custo de validação: rodando nós completos em dispositivos “comuns”
【Status: Protótipo (SwiftSync) / Rascunho de BIP (Utreexo)】
A barreira de descentralização está no custo de validação. Em 2025, as tecnologias SwiftSync e Utreexo desafiaram essa barreira. SwiftSync, ao otimizar a escrita do UTXO durante o IBD (download inicial de blocos), faz com que o processo seja até 5 vezes mais rápido, usando um arquivo de dicas (“hints”) de “confiança mínima” para acelerar o IBD e permitir validação paralela. Utreexo (BIP181-183), por sua vez, usa um acumulador de florestas Merkle, permitindo que nós validem transações sem armazenar toda a UTXO localmente.
Essas inovações tornam viável operar nós completos em dispositivos com recursos limitados, aumentando o número de validadores independentes na rede.
Cluster Mempool: reconfigurando a base do mercado de taxas
【Status: Quase lançado (Staging)】
Na versão Bitcoin Core 31.0, o Cluster Mempool (pool de memória em cluster) está quase pronto. Ele introduz estruturas como TxGraph, que abstraem dependências complexas de transações em problemas de “linearização/ordenação de grupos de transações”, tornando a construção de blocos mais sistemática.
Embora seja uma atualização de agendamento de baixo nível, deve melhorar a estabilidade e previsibilidade na estimativa de taxas. Eliminando ordens de empacotamento anômalas causadas por limitações de algoritmos, a rede será mais racional e suave em momentos de congestionamento, e solicitações de transações aceleradas (CPFP/RBF) passarão a funcionar com lógica mais confiável.
Governança refinada na camada P2P de propagação
【Status: Atualização de estratégia / Otimizações contínuas】
Diante do aumento de transações de baixas taxas em 2025, a rede P2P do Bitcoin passou por uma mudança de estratégia. O Bitcoin Core 29.1 reduziu a taxa mínima de retransmissão padrão para 0.1 sat/vB. O protocolo Erlay continua a reduzir o consumo de banda; além disso, propostas como compartilhamento de modelos de blocos (“block template sharing”) e estratégias de reconstrução compacta de blocos estão em andamento para lidar com ambientes de propagação cada vez mais complexos.
Com políticas mais consistentes e limites mais baixos por padrão, a disseminação de transações de baixa taxa deve melhorar. Essas mudanças também reduzem a exigência de banda para operar nós, fortalecendo a equidade da rede.
Debate sobre OP_RETURN e a “tragédia dos bens comuns” no espaço de blocos
【Status: Mudanças na política de mempool (Core 30.0)】
O Core 30.0 relaxou as restrições de OP_RETURN (permitindo mais saídas e removendo alguns limites de tamanho), o que gerou em 2025 um intenso debate filosófico sobre o uso do Bitcoin. É importante notar que isso é uma mudança na política de mempool (retransmissão padrão e estratégias de padrão), não na regra de consenso; mas afeta a facilidade de propagação de transações e sua visibilidade pelos mineradores, influenciando a competição por espaço de bloco.
Defensores argumentam que isso corrige incentivos distorcidos, enquanto opositores temem que seja uma aprovação tácita ao armazenamento de dados na cadeia. Essa discussão lembra que o espaço de bloco, como recurso escasso, tem regras de uso que refletem interesses em constante disputa, mesmo fora do nível de consenso.
Kernel do Bitcoin: a reconstrução “componentizada” do código central
【Status: Reestruturação de arquitetura / Lançamento de API】
Em 2025, o Bitcoin Core deu um passo importante na desacoplamento arquitetural: introduziu a API C do Bitcoin Kernel. Isso marca a separação da lógica de validação de consenso do grande programa do nó, tornando-se um componente padrão, reutilizável. Atualmente, esse núcleo suporta a validação de blocos e lógica de estado de cadeia por projetos externos.
A “componentização” trará benefícios de segurança estrutural ao ecossistema. Permite que carteiras, indexadores e ferramentas de análise usem diretamente a lógica oficial de validação, evitando riscos de divergências de consenso por “reinventar a roda”. É como fornecer ao ecossistema uma “motorização de fábrica” padronizada, com aplicações mais robustas.
Apêndice: Glossário (Mini-Glossary)
Para auxiliar na leitura, seguem breves definições dos termos-chave do texto:
· UTXO (Unspent Transaction Output): Saída de transação não gasta, unidade básica do estado do livro-razão do Bitcoin, indicando quem possui quanto de moeda.
· IBD (Initial Block Download): Processo de sincronização do histórico de blocos ao ingressar na rede.
· CPFP / RBF: Mecanismos de aceleração de transações. CPFP (Child Pays For Parent) usa uma nova transação para impulsionar uma antiga; RBF (Replace-By-Fee) substitui uma transação de menor taxa por uma de maior.
· Mempool (Memória Pool): Buffer de transações broadcastadas, mas ainda não incluídas em blocos.
· BOLTs: Conjunto de especificações técnicas do Lightning Network.
· MEV (Maximal Extractable Value): Valor máximo extraível, lucro adicional que mineradores podem obter ao reordenar ou revisar transações.
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Pan Zhixiong: Revisão geral da camada de protocolo do Bitcoin em 2025
De defesa quântica à reconstrução do núcleo, as dez principais mudanças tecnológicas ordenadas por impacto.
O resumo anual do Bitcoin Optech é tradicionalmente considerado o farol técnico do ecossistema Bitcoin. Ele não se preocupa com as oscilações de preço, apenas registra os movimentos mais autênticos do protocolo Bitcoin e infraestrutura chave.
O relatório de 2025 revela uma tendência clara: o Bitcoin está passando de uma “defesa passiva” para uma “evolução ativa” do paradigma.
No último ano, a comunidade deixou de se contentar apenas com correções de vulnerabilidades, passando a abordar sistematicamente ameaças de sobrevivência (como computação quântica), e explorando de forma agressiva os limites de escalabilidade e programabilidade, sem sacrificar a descentralização. Este relatório não é apenas uma nota para desenvolvedores, mas um índice fundamental para entender as propriedades do ativo Bitcoin, segurança de rede e lógica de governança nos próximos cinco a dez anos.
Conclusões principais
Ao olhar para 2025, a evolução tecnológica do Bitcoin apresenta três características centrais, que também são a chave para entender os seguintes 10 eventos:
Defesa proativa: O roteiro de defesa contra ameaças quânticas tornou-se claro e operacional, com o pensamento de segurança se estendendo do “agora” para a “pós-quântica”.
Camadas funcionais: Discussões intensas sobre propostas de soft fork, como o BIP119 (CTV) e BIP348 (CSFS), além da evolução “hot-swappable” da Lightning, demonstram que o Bitcoin busca alcançar uma arquitetura de “base sólida, camada superior flexível” por meio de protocolos em camadas.
Infraestrutura descentralizada: Desde o protocolo de mineração (Stratum v2) até a validação de nós (Utreexo/SwiftSync), muitos recursos de engenharia foram investidos para reduzir barreiras de participação e aumentar resistência à censura, visando combater a atração centralizadora do mundo físico.
O relatório anual do Bitcoin Optech cobre centenas de commits, debates em grupos de discussão e propostas BIP do último ano. Para extrair sinais relevantes do ruído técnico, descartei atualizações focadas apenas em “otimizações locais” e selecionei os 10 eventos com impacto estrutural no ecossistema.
【Status: Pesquisa e propostas de longo prazo】
2025 marca uma mudança de atitude na comunidade Bitcoin frente à ameaça da computação quântica, passando de discussão teórica para preparação de engenharia. O BIP360 foi numerado e renomeado para P2TSH (Pay to Tapscript Hash). Isso é visto como um passo importante no roteiro de reforço quântico, além de servir de forma mais geral a alguns casos de uso do Taproot (como estruturas de compromisso que não requerem chave interna).
Simultaneamente, a comunidade aprofundou discussões sobre soluções específicas de assinatura segura quântica, incluindo a introdução futura de scripts compatíveis (como reintrodução do OP_CAT ou novos operadores de assinatura), uso de OP_CAT para construir assinaturas Winternitz, debates sobre validação STARK como capacidade nativa de script, e otimizações de custos on-chain para esquemas de assinatura hash (como SLH-DSA / SPHINCS+).
Este tema ocupa a primeira posição porque toca na base matemática do Bitcoin. Se a computação quântica realmente enfraquecer a hipótese de logaritmo discreto em curvas elípticas (ameaçando a segurança de ECDSA/Schnorr), isso provocará uma migração sistêmica e uma hierarquia de segurança de saídas históricas. Isso obriga o Bitcoin a se preparar antecipadamente para atualizações no protocolo e nas carteiras. Para investidores de longo prazo, escolher soluções de custódia com roteiro de atualização e cultura de auditoria de segurança, além de monitorar possíveis janelas de migração futuras, será essencial para preservação de ativos.
【Status: Discussões intensas / Em fase de rascunho】
Este ano foi marcado por uma alta densidade de discussões sobre propostas de soft fork, com foco em como liberar a capacidade de script mantendo a simplicidade. Propostas contratuais como BIP119 (CTV) e BIP348 (CSFS), além de tecnologias como LNHANCE e OP_TEMPLATEHASH, tentam introduzir regras mais seguras de “restrição”. Além disso, OP_CHECKCONTRACTVERIFY (CCV) foi incorporado ao BIP443, e várias propostas de operações aritméticas e recuperação de scripts estão aguardando consenso.
Essas atualizações, embora complexas, representam uma adição de “leis físicas” ao valor global da rede. Elas podem tornar as construções nativas de " cofres (Vaults)" mais simples, seguras e padronizadas, permitindo que usuários configurem mecanismos de atraso para saques e janelas de revogação, realizando “autoproteção programável” a partir do nível de expressão do protocolo. Além disso, essas capacidades podem reduzir significativamente os custos e a complexidade de interações em camadas secundárias como Lightning e DLCs (Contratos de Logaritmo Discreto).
【Status: Implementação experimental / Evolução do protocolo】
A descentralização na camada de mineração é decisiva para a resistência à censura do Bitcoin. Em 2025, o Bitcoin Core 30.0 introduziu uma interface IPC experimental, otimizando significativamente a interação entre software de pools/mineração Stratum v2 e a lógica de validação do Bitcoin Core, reduzindo a dependência de JSON-RPC ineficiente, facilitando a integração do Stratum v2.
Uma das capacidades-chave do Stratum v2 é (quando ativado o mecanismo de negociação de trabalhos) transferir ainda mais o controle de seleção de transações dos pools para os mineradores, aumentando a resistência à censura. Simultaneamente, a emergência do MEVpool tenta resolver o problema do MEV por meio de templates anônimos e competição de mercado: idealmente, vários marketplaces coexistirão, evitando que um único mercado se torne um novo centro de centralização. Isso é crucial para que usuários comuns possam, em ambientes extremos, ainda confiar na inclusão justa de suas transações.
【Status: Operação contínua de engenharia】
A segurança do Bitcoin depende de autoavaliações antes de ataques reais. Em 2025, o Optech documentou muitas vulnerabilidades em Bitcoin Core e implementações Lightning (como LDK/LND/Eclair), abrangendo desde travamentos de fundos até anonimização de privacidade e riscos graves de roubo de moedas. Este ano, o Bitcoinfuzz utilizou a técnica de “fuzzing diferencial” para comparar respostas de diferentes softwares ao mesmo dado, identificando mais de 35 bugs profundos.
Esse “teste de estresse” de alta intensidade é sinal de maturidade do ecossistema. Funciona como uma vacina: expõe problemas a curto prazo, mas fortalece o sistema a longo prazo. Para usuários que dependem de ferramentas de privacidade ou Lightning, é um alerta: nenhum software é perfeito, manter componentes atualizados é a regra mais básica para segurança de depósitos.
【Status: Suporte experimental entre implementações】
Em 2025, a Lightning Network alcançou uma grande inovação: Splicing (conexão/atualização de canais). Essa tecnologia permite que usuários ajustem dinamicamente os fundos sem fechar o canal, já suportada experimentalmente por LDK, Eclair e Core Lightning. Embora os padrões BOLTs ainda estejam em desenvolvimento, testes de compatibilidade entre implementações já avançaram bastante.
Splicing é a capacidade de “adicionar ou remover fundos sem fechar o canal”. Pode reduzir falhas de pagamento e dificuldades operacionais causadas por ajustes de fundos. Futuramente, carteiras poderão diminuir o custo de engenharia de canais, tornando o LN uma camada de pagamento mais próxima de uma “conta de saldo”, facilitando sua adoção em larga escala.
【Status: Protótipo (SwiftSync) / Rascunho de BIP (Utreexo)】
A barreira de descentralização está no custo de validação. Em 2025, as tecnologias SwiftSync e Utreexo desafiaram essa barreira. SwiftSync, ao otimizar a escrita do UTXO durante o IBD (download inicial de blocos), faz com que o processo seja até 5 vezes mais rápido, usando um arquivo de dicas (“hints”) de “confiança mínima” para acelerar o IBD e permitir validação paralela. Utreexo (BIP181-183), por sua vez, usa um acumulador de florestas Merkle, permitindo que nós validem transações sem armazenar toda a UTXO localmente.
Essas inovações tornam viável operar nós completos em dispositivos com recursos limitados, aumentando o número de validadores independentes na rede.
【Status: Quase lançado (Staging)】
Na versão Bitcoin Core 31.0, o Cluster Mempool (pool de memória em cluster) está quase pronto. Ele introduz estruturas como TxGraph, que abstraem dependências complexas de transações em problemas de “linearização/ordenação de grupos de transações”, tornando a construção de blocos mais sistemática.
Embora seja uma atualização de agendamento de baixo nível, deve melhorar a estabilidade e previsibilidade na estimativa de taxas. Eliminando ordens de empacotamento anômalas causadas por limitações de algoritmos, a rede será mais racional e suave em momentos de congestionamento, e solicitações de transações aceleradas (CPFP/RBF) passarão a funcionar com lógica mais confiável.
【Status: Atualização de estratégia / Otimizações contínuas】
Diante do aumento de transações de baixas taxas em 2025, a rede P2P do Bitcoin passou por uma mudança de estratégia. O Bitcoin Core 29.1 reduziu a taxa mínima de retransmissão padrão para 0.1 sat/vB. O protocolo Erlay continua a reduzir o consumo de banda; além disso, propostas como compartilhamento de modelos de blocos (“block template sharing”) e estratégias de reconstrução compacta de blocos estão em andamento para lidar com ambientes de propagação cada vez mais complexos.
Com políticas mais consistentes e limites mais baixos por padrão, a disseminação de transações de baixa taxa deve melhorar. Essas mudanças também reduzem a exigência de banda para operar nós, fortalecendo a equidade da rede.
【Status: Mudanças na política de mempool (Core 30.0)】
O Core 30.0 relaxou as restrições de OP_RETURN (permitindo mais saídas e removendo alguns limites de tamanho), o que gerou em 2025 um intenso debate filosófico sobre o uso do Bitcoin. É importante notar que isso é uma mudança na política de mempool (retransmissão padrão e estratégias de padrão), não na regra de consenso; mas afeta a facilidade de propagação de transações e sua visibilidade pelos mineradores, influenciando a competição por espaço de bloco.
Defensores argumentam que isso corrige incentivos distorcidos, enquanto opositores temem que seja uma aprovação tácita ao armazenamento de dados na cadeia. Essa discussão lembra que o espaço de bloco, como recurso escasso, tem regras de uso que refletem interesses em constante disputa, mesmo fora do nível de consenso.
【Status: Reestruturação de arquitetura / Lançamento de API】
Em 2025, o Bitcoin Core deu um passo importante na desacoplamento arquitetural: introduziu a API C do Bitcoin Kernel. Isso marca a separação da lógica de validação de consenso do grande programa do nó, tornando-se um componente padrão, reutilizável. Atualmente, esse núcleo suporta a validação de blocos e lógica de estado de cadeia por projetos externos.
A “componentização” trará benefícios de segurança estrutural ao ecossistema. Permite que carteiras, indexadores e ferramentas de análise usem diretamente a lógica oficial de validação, evitando riscos de divergências de consenso por “reinventar a roda”. É como fornecer ao ecossistema uma “motorização de fábrica” padronizada, com aplicações mais robustas.
Apêndice: Glossário (Mini-Glossary) Para auxiliar na leitura, seguem breves definições dos termos-chave do texto: · UTXO (Unspent Transaction Output): Saída de transação não gasta, unidade básica do estado do livro-razão do Bitcoin, indicando quem possui quanto de moeda. · IBD (Initial Block Download): Processo de sincronização do histórico de blocos ao ingressar na rede. · CPFP / RBF: Mecanismos de aceleração de transações. CPFP (Child Pays For Parent) usa uma nova transação para impulsionar uma antiga; RBF (Replace-By-Fee) substitui uma transação de menor taxa por uma de maior. · Mempool (Memória Pool): Buffer de transações broadcastadas, mas ainda não incluídas em blocos. · BOLTs: Conjunto de especificações técnicas do Lightning Network. · MEV (Maximal Extractable Value): Valor máximo extraível, lucro adicional que mineradores podem obter ao reordenar ou revisar transações.