Recentemente, houve uma operação bastante interessante — a empresa de chips Sequans Communications (código SQNS), listada na NYSE, vendeu diretamente 970 bitcoins, usando esse dinheiro para recomprar metade de suas obrigações convertíveis.

Essa jogada teve um efeito imediato: a dívida total foi drasticamente reduzida, de 189 milhões de dólares para 94,5 milhões. Embora suas moedas tenham caído de 3.234 para 2.264 bitcoins, pelo valor atual, seus ativos em bitcoin ainda representam cerca de 240 milhões de dólares, com a proporção de dívida em relação ao patrimônio líquido caindo de 55% para 39%. Essa postura de leveza no balanço claramente prepara o terreno para o plano de recompra de ações anunciado anteriormente.

Vale destacar que a Sequans atua no setor de tecnologia de redes IoT 4G/5G e só no início deste ano anunciou que passou a usar bitcoin como principal ativo de alocação. Essa estratégia de uma tradicional empresa de tecnologia abraçar ativos cripto não parece mais apenas acumular moedas, mas usar ativos digitais como ferramenta para otimizar sua estrutura de capital.

Histórias semelhantes continuam a acontecer. No final de outubro, a ETHZilla, uma empresa de tesouraria de Ethereum, vendeu cerca de 40 milhões de dólares em ETH para impulsionar recompra de ações. O conselho de administração aprovou em agosto uma recompra de até 250 milhões de dólares, e o anúncio deixou claro que continuariam vendendo ETH para financiar a recompra — essa estratégia de converter ativos cripto em recursos para beneficiar os acionistas é semelhante à abordagem da Sequans.