Aquela tempestade de há 15 anos apanhou-me ainda como um novato que tinha acabado de obter a licença de trader. No dia em que a Lehman caiu, o que mais me arrepiou não foram os números no ecrã a chegar a zero – foi aquele sentimento de desespero por estar completamente às escuras. Não fazias a mínima ideia em que pacote de ativos tóxicos tinha sido colocado o teu dinheiro, nem a quantos créditos incobráveis estava amarrado; só podias agarrar-te à televisão à espera da sentença.
Por isso, quando há pouco tempo alguém me perguntou: "Os mercados tradicionais estão todos a implodir, será que protocolos on-chain como o Lorenzo aguentam?", só me deu vontade de rir. Precisamente por ter testemunhado aquele colapso em caixa-preta, foi que me tornei um adepto convicto deste modelo.
Choques? Claro que sim. Mas a lógica é completamente diferente.
Um colapso na finança tradicional é como uma debandada numa sala fechada. Quando se apagam as luzes, és levado pela multidão sem saber quem te empurra, onde fica a saída, e o pânico nasce sobretudo do "não se ver". E o Lorenzo? O sistema todo é como se estivesse numa casa de vidro – a camada de abstração financeira, cada cofre OTF, resumindo, são linhas de código de contratos inteligentes, totalmente públicas.
Se o mercado realmente colapsar, não tenho de esperar pelo relatório trimestral para saber que lixo está nos ativos subjacentes. Abro o explorador de blockchain e vejo, em tempo real, o rebalanceamento das estratégias, os fluxos de capital, cada transação, tudo transparente. Quer haja pânico, quer vendas forçadas, pelo menos as decisões são tomadas com base em dados, não em palpites.
E o mais importante – isolamento de risco, que está gravado no ADN do protocolo.
Quando um gigante tradicional colapsa, o desastre é quase sempre "sistémico". Todas as linhas de produto, todos os clientes são arrastados para o mesmo pântano, porque por trás está um pool de ativos misturado e um balanço totalmente interligado. Mas a filosofia de design do Lorenzo é diferente...
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HalfIsEmpty
· 4h atrás
Consigo imaginar o terror na altura da Lehman, realmente um sistema de caixa negra pode enlouquecer qualquer um. Mas para ser sincero, esta abordagem de transparência do Lorenzo parece interessante, só que e se o próprio código tiver falhas?
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ForkThisDAO
· 7h atrás
Naquela altura da Lehman, só percebi que tinha sido enganado quando vi o relatório financeiro, foi mesmo inacreditável. A transparência na blockchain realmente dá uma tareia à finança tradicional, mas para ser sincero, se o Lorenzo vai mesmo aguentar, ainda temos de ver como é que vai lidar com o risco de liquidez em situações extremas.
Sempre achei a metáfora do "colapso da caixa preta" genial, aquela parte do esmagamento na sala fechada é mesmo demasiado realista. Mas na blockchain também não estamos totalmente imunes, só trocamos o risco de assimetria de informação pelo risco de bugs nos contratos inteligentes—no fundo, continuamos a apostar, só que noutro tipo de risco.
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WhaleInTraining
· 7h atrás
Já vi aquele esquema de caixa negra da Lehman, a transparência disso aqui nunca mais volta atrás
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Boa, comprei a lógica do tesouro OTF
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O isolamento de risco aqui realmente não tem comparação com o sistema financeiro tradicional, o código é mesmo a lei
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Tomar decisões com base em dados on-chain vs esperar relatórios financeiros e adivinhar, a diferença é brutal
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Aquela metáfora do tumulto numa sala fechada foi perfeita, também passei por esse desespero em 2008
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De qualquer forma, acredito no modelo do Lorenzo, só pela transparência já vale apostar uma parte
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Os grandes tradicionais nunca vão conseguir resolver as falências sistémicas, é um problema de ADN
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MetaMisery
· 7h atrás
O truque da Lehman não resulta na blockchain, porque o código não mente. Esta é a verdadeira razão pela qual acredito no Lorenzo.
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MetaverseLandlord
· 7h atrás
Depois de ver uma caixa preta, já não há como voltar atrás. Eu entendo isso perfeitamente.
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TestnetNomad
· 7h atrás
Também já ouvi os mais velhos falar desse esquema de caixa preta da Lehman, é mesmo assustador. Mas, por vezes, também não percebo muito bem estas coisas na blockchain; será que o código ser público garante mesmo segurança?
Aquela tempestade de há 15 anos apanhou-me ainda como um novato que tinha acabado de obter a licença de trader. No dia em que a Lehman caiu, o que mais me arrepiou não foram os números no ecrã a chegar a zero – foi aquele sentimento de desespero por estar completamente às escuras. Não fazias a mínima ideia em que pacote de ativos tóxicos tinha sido colocado o teu dinheiro, nem a quantos créditos incobráveis estava amarrado; só podias agarrar-te à televisão à espera da sentença.
Por isso, quando há pouco tempo alguém me perguntou: "Os mercados tradicionais estão todos a implodir, será que protocolos on-chain como o Lorenzo aguentam?", só me deu vontade de rir. Precisamente por ter testemunhado aquele colapso em caixa-preta, foi que me tornei um adepto convicto deste modelo.
Choques? Claro que sim. Mas a lógica é completamente diferente.
Um colapso na finança tradicional é como uma debandada numa sala fechada. Quando se apagam as luzes, és levado pela multidão sem saber quem te empurra, onde fica a saída, e o pânico nasce sobretudo do "não se ver". E o Lorenzo? O sistema todo é como se estivesse numa casa de vidro – a camada de abstração financeira, cada cofre OTF, resumindo, são linhas de código de contratos inteligentes, totalmente públicas.
Se o mercado realmente colapsar, não tenho de esperar pelo relatório trimestral para saber que lixo está nos ativos subjacentes. Abro o explorador de blockchain e vejo, em tempo real, o rebalanceamento das estratégias, os fluxos de capital, cada transação, tudo transparente. Quer haja pânico, quer vendas forçadas, pelo menos as decisões são tomadas com base em dados, não em palpites.
E o mais importante – isolamento de risco, que está gravado no ADN do protocolo.
Quando um gigante tradicional colapsa, o desastre é quase sempre "sistémico". Todas as linhas de produto, todos os clientes são arrastados para o mesmo pântano, porque por trás está um pool de ativos misturado e um balanço totalmente interligado. Mas a filosofia de design do Lorenzo é diferente...