Holdings de ações americanas de repente recebem aviso de deslistagem, muitas pessoas reagem primeiro pensando — acabou, este investimento será uma perda total. Mas na verdade, não é tão desesperador; desde que compreenda as razões para a deslistagem e as formas de lidar com ela, ainda há chances de limitar perdas ou até encontrar uma oportunidade.
Primeiro, entenda: o que exatamente é a deslistagem de ações
Simplificando, deslistagem é quando as ações de uma empresa são expulsas da bolsa de valores. Ações que antes podiam ser compradas e vendidas livremente na bolsa, deixam de atender aos critérios de listagem ou a própria empresa solicita a retirada, e perdem a qualificação de negociação. Uma vez oficialmente deslistadas, você não poderá mais colocar ordens na bolsa, e o valor real das ações que possui também sofrerá alterações — na maioria das vezes, uma redução significativa.
A propósito, deslistagem e desregulamentação (ou seja, ações fora do mercado principal) são coisas diferentes. Deslistagem é saída do mercado principal, enquanto desregulamentação refere-se à saída do mercado de balcão (OTC).
Por que ações americanas podem ser deslistadas? Razões comuns
Problemas financeiros graves são a causa mais comum de deslistagem. Empresas que acumulam prejuízos contínuos, patrimônio negativo, relatam resultados financeiros contestados por auditores ou não conseguem emitir opinião, podem ser alvo de investigação para deslistagem. Um exemplo clássico é Chesapeake Energy em 2020 — essa empresa de gás natural enfrentou deterioração financeira contínua, pediu falência e passou por reestruturação em 2021.
Violação de regras de divulgação de informações também é fatal. Não divulgar relatórios financeiros no prazo, reportar receitas falsas, realizar negociações com informações privilegiadas ou esconder informações relevantes — uma vez comprovado, a bolsa pode ordenar a deslistagem. O caso da fraude financeira da Luckin Coffee em 2020 chocou o mundo, levando à saída da Nasdaq.
Aquisição ou privatização da empresa também leva à deslistagem. Grandes acionistas podem optar por solicitar a retirada das ações para torná-las privadas. A Dell, em 2013, fez exatamente isso, saindo da Nasdaq e tornando-se uma empresa privada.
A deslistagem não acontece da noite para o dia — entender esse processo é fundamental
Todo o processo de deslistagem costuma durar alguns meses, dando tempo aos investidores para reagir:
Primeiro estágio: aviso de alerta. A bolsa envia uma “notificação de advertência”, e o nome da ação recebe um asterisco “*” ou o marcador “ST” (por exemplo, “*XX Eletrônicos”). Isso é um sinal de alerta, você deve ficar atento.
Depois, entra o período de melhoria. A empresa tem de 3 a 6 meses de “prazo de salvação”, durante o qual pode corrigir suas finanças, atrair novos investidores ou melhorar sua situação financeira. Esse período é crucial, e é importante acompanhar os comunicados da empresa de perto.
Em seguida, ocorre a fase de avaliação. Se a empresa não atingir as metas de melhoria, a bolsa realiza uma reunião de avaliação para decidir se realmente irá deslistar.
Por fim, ocorre a suspensão definitiva. A bolsa anuncia com antecedência a data de deslistagem, e após essa data, as ações deixam oficialmente o mercado.
As ações deslistadas são lixo? Nem sempre
Depende das razões e do que será feito depois:
Se a deslistagem for por decisão voluntária da empresa para privatização, e a participação de ações em circulação for de apenas 10% a 20%, o valor das ações que você possui pode até subir. Grandes acionistas costumam recomprar essas ações a preços elevados em determinados momentos. O segredo é acompanhar de perto as notícias da empresa.
Se a empresa entrar em falência e passar por liquidação, a situação é mais difícil. No processo de falência, os credores têm prioridade, e os acionistas ficam por último na fila, geralmente sem receber nada.
Se a deslistagem ocorrer por baixa capitalização ou preço muito baixo, a liquidez despenca, e fica difícil vender. Se der sorte, consegue encontrar compradores no mercado ou fora dele; se não, pode perder tudo.
Se a deslistagem for por violação de regras, suas ações podem ser congeladas, sem possibilidade de convertê-las em dinheiro, e só após o processo legal a situação será resolvida.
De modo geral, após a deslistagem, as ações não desaparecem — você ainda as possui, mas seu valor dependerá da situação específica.
Não confunda: parar de negociar ≠ deslistagem
Muita gente confunde esses conceitos. Parar de negociar pode ser apenas uma suspensão temporária (por divulgação de eventos relevantes, oscilações anormais, etc.), e nesse caso, o valor das ações geralmente não muda. Já a deslistagem é uma saída definitiva do mercado, e o valor das ações costuma ser afetado.
Resumindo: suspensão é uma pausa temporária, deslistagem é uma saída definitiva.
Como agir antes e depois da deslistagem — estratégias reais
Antes da deslistagem, o mais importante é acompanhar de perto os comunicados da empresa e as notificações da bolsa. Assim que receber o aviso, avalie a situação real da companhia — ela tem chance de melhorar as finanças? Pode ser adquirida? Se ainda houver esperança, vale a pena esperar.
Se a empresa oferecer um programa de recompra, analise o preço e o prazo. Se o valor de recompra for razoável, cumpra o procedimento no prazo. Perder o prazo significa perder o direito de recompra, e isso pode ser uma grande perda.
Se a empresa migrar para o mercado de balcão (OTC), embora a liquidez seja menor do que na bolsa principal, ainda é possível comprar e vender. Se a situação financeira melhorar no futuro, uma reabertura de capital não é impossível. Nesse caso, vale a pena manter com paciência.
Se a deslistagem ocorrer por deterioração financeira ou falência, prepare-se para o pior. Aguarde a conclusão do processo de liquidação; embora os acionistas geralmente não recebam muito, é possível declarar perdas para compensar ganhos de capital em outros investimentos.
Se não houver programa de recompra ou mercado de balcão, pode optar por manter as ações e observar, ou negociar uma transferência privada com outros acionistas — consulte seu corretor para saber o procedimento.
Como evitar riscos de deslistagem
Ao invés de reagir passivamente à deslistagem, é melhor prevenir. Antes de comprar qualquer ação, analise cuidadosamente o potencial de crescimento, a saúde financeira e se ela atende aos requisitos da bolsa.
Mais importante ainda, diversifique seus investimentos — não coloque todas as fichas em uma única ação ou classe de ativos. Uma sugestão simples é distribuir seu capital de acordo com seu perfil de risco, entre ações, fundos, contratos de diferença (CFDs) e liquidez, assim, mesmo que uma ação seja deslistada, seu portfólio não será gravemente afetado.
A deslistagem pode ser assustadora, mas não é impossível de lidar. O segredo é obter informações, reagir a tempo e planejar de forma racional, minimizando perdas ao máximo.
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As ações nos EUA foram retiradas do mercado, seu investimento realmente desapareceu completamente? Um artigo para entender o que fazer
Holdings de ações americanas de repente recebem aviso de deslistagem, muitas pessoas reagem primeiro pensando — acabou, este investimento será uma perda total. Mas na verdade, não é tão desesperador; desde que compreenda as razões para a deslistagem e as formas de lidar com ela, ainda há chances de limitar perdas ou até encontrar uma oportunidade.
Primeiro, entenda: o que exatamente é a deslistagem de ações
Simplificando, deslistagem é quando as ações de uma empresa são expulsas da bolsa de valores. Ações que antes podiam ser compradas e vendidas livremente na bolsa, deixam de atender aos critérios de listagem ou a própria empresa solicita a retirada, e perdem a qualificação de negociação. Uma vez oficialmente deslistadas, você não poderá mais colocar ordens na bolsa, e o valor real das ações que possui também sofrerá alterações — na maioria das vezes, uma redução significativa.
A propósito, deslistagem e desregulamentação (ou seja, ações fora do mercado principal) são coisas diferentes. Deslistagem é saída do mercado principal, enquanto desregulamentação refere-se à saída do mercado de balcão (OTC).
Por que ações americanas podem ser deslistadas? Razões comuns
Problemas financeiros graves são a causa mais comum de deslistagem. Empresas que acumulam prejuízos contínuos, patrimônio negativo, relatam resultados financeiros contestados por auditores ou não conseguem emitir opinião, podem ser alvo de investigação para deslistagem. Um exemplo clássico é Chesapeake Energy em 2020 — essa empresa de gás natural enfrentou deterioração financeira contínua, pediu falência e passou por reestruturação em 2021.
Violação de regras de divulgação de informações também é fatal. Não divulgar relatórios financeiros no prazo, reportar receitas falsas, realizar negociações com informações privilegiadas ou esconder informações relevantes — uma vez comprovado, a bolsa pode ordenar a deslistagem. O caso da fraude financeira da Luckin Coffee em 2020 chocou o mundo, levando à saída da Nasdaq.
Aquisição ou privatização da empresa também leva à deslistagem. Grandes acionistas podem optar por solicitar a retirada das ações para torná-las privadas. A Dell, em 2013, fez exatamente isso, saindo da Nasdaq e tornando-se uma empresa privada.
A deslistagem não acontece da noite para o dia — entender esse processo é fundamental
Todo o processo de deslistagem costuma durar alguns meses, dando tempo aos investidores para reagir:
Primeiro estágio: aviso de alerta. A bolsa envia uma “notificação de advertência”, e o nome da ação recebe um asterisco “*” ou o marcador “ST” (por exemplo, “*XX Eletrônicos”). Isso é um sinal de alerta, você deve ficar atento.
Depois, entra o período de melhoria. A empresa tem de 3 a 6 meses de “prazo de salvação”, durante o qual pode corrigir suas finanças, atrair novos investidores ou melhorar sua situação financeira. Esse período é crucial, e é importante acompanhar os comunicados da empresa de perto.
Em seguida, ocorre a fase de avaliação. Se a empresa não atingir as metas de melhoria, a bolsa realiza uma reunião de avaliação para decidir se realmente irá deslistar.
Por fim, ocorre a suspensão definitiva. A bolsa anuncia com antecedência a data de deslistagem, e após essa data, as ações deixam oficialmente o mercado.
As ações deslistadas são lixo? Nem sempre
Depende das razões e do que será feito depois:
Se a deslistagem for por decisão voluntária da empresa para privatização, e a participação de ações em circulação for de apenas 10% a 20%, o valor das ações que você possui pode até subir. Grandes acionistas costumam recomprar essas ações a preços elevados em determinados momentos. O segredo é acompanhar de perto as notícias da empresa.
Se a empresa entrar em falência e passar por liquidação, a situação é mais difícil. No processo de falência, os credores têm prioridade, e os acionistas ficam por último na fila, geralmente sem receber nada.
Se a deslistagem ocorrer por baixa capitalização ou preço muito baixo, a liquidez despenca, e fica difícil vender. Se der sorte, consegue encontrar compradores no mercado ou fora dele; se não, pode perder tudo.
Se a deslistagem for por violação de regras, suas ações podem ser congeladas, sem possibilidade de convertê-las em dinheiro, e só após o processo legal a situação será resolvida.
De modo geral, após a deslistagem, as ações não desaparecem — você ainda as possui, mas seu valor dependerá da situação específica.
Não confunda: parar de negociar ≠ deslistagem
Muita gente confunde esses conceitos. Parar de negociar pode ser apenas uma suspensão temporária (por divulgação de eventos relevantes, oscilações anormais, etc.), e nesse caso, o valor das ações geralmente não muda. Já a deslistagem é uma saída definitiva do mercado, e o valor das ações costuma ser afetado.
Resumindo: suspensão é uma pausa temporária, deslistagem é uma saída definitiva.
Como agir antes e depois da deslistagem — estratégias reais
Antes da deslistagem, o mais importante é acompanhar de perto os comunicados da empresa e as notificações da bolsa. Assim que receber o aviso, avalie a situação real da companhia — ela tem chance de melhorar as finanças? Pode ser adquirida? Se ainda houver esperança, vale a pena esperar.
Se a empresa oferecer um programa de recompra, analise o preço e o prazo. Se o valor de recompra for razoável, cumpra o procedimento no prazo. Perder o prazo significa perder o direito de recompra, e isso pode ser uma grande perda.
Se a empresa migrar para o mercado de balcão (OTC), embora a liquidez seja menor do que na bolsa principal, ainda é possível comprar e vender. Se a situação financeira melhorar no futuro, uma reabertura de capital não é impossível. Nesse caso, vale a pena manter com paciência.
Se a deslistagem ocorrer por deterioração financeira ou falência, prepare-se para o pior. Aguarde a conclusão do processo de liquidação; embora os acionistas geralmente não recebam muito, é possível declarar perdas para compensar ganhos de capital em outros investimentos.
Se não houver programa de recompra ou mercado de balcão, pode optar por manter as ações e observar, ou negociar uma transferência privada com outros acionistas — consulte seu corretor para saber o procedimento.
Como evitar riscos de deslistagem
Ao invés de reagir passivamente à deslistagem, é melhor prevenir. Antes de comprar qualquer ação, analise cuidadosamente o potencial de crescimento, a saúde financeira e se ela atende aos requisitos da bolsa.
Mais importante ainda, diversifique seus investimentos — não coloque todas as fichas em uma única ação ou classe de ativos. Uma sugestão simples é distribuir seu capital de acordo com seu perfil de risco, entre ações, fundos, contratos de diferença (CFDs) e liquidez, assim, mesmo que uma ação seja deslistada, seu portfólio não será gravemente afetado.
A deslistagem pode ser assustadora, mas não é impossível de lidar. O segredo é obter informações, reagir a tempo e planejar de forma racional, minimizando perdas ao máximo.