No mercado de ações, investir não se resume a uma única opção. As ações emitidas pelas empresas apresentam várias formas, cada uma com direitos e riscos distintos. Pode-se obter direitos de voto e potencial de crescimento, ou trocar por dividendos estáveis — esta é a diferença central entre ações comuns e preferenciais. Compreender as características de ambos os tipos de ações é o primeiro passo para definir uma estratégia de investimento adequada.
Diferenças fundamentais entre os dois tipos de ações
Ações comuns são a forma mais comum de ações. Quando compra este tipo de ação, torna-se proprietário parcial da empresa, com direito a voto e participação nos lucros do crescimento da companhia. Mas esta é uma espada de dois gumes, pois também implica riscos maiores — quando a empresa tem bom desempenho, você lucra bastante; em tempos difíceis, os dividendos podem diminuir drasticamente ou até desaparecer.
Ações preferenciais são uma ferramenta de investimento híbrida, entre ações ordinárias e títulos de dívida. Os detentores abrem mão do direito de voto em troca de prioridade na distribuição de dividendos fixos ou predefinidos, além de preferência no recebimento em caso de falência da empresa (embora ainda fiquem atrás dos credores). Isso atrai investidores que buscam fluxo de caixa estável.
Quatro principais características das ações preferenciais
Dividendos fixos ou flutuantes
A maior vantagem das ações preferenciais é a estabilidade dos dividendos. Na maioria das vezes, a taxa de dividendos é fixa ou varia de acordo com uma taxa predefinida, independentemente do lucro da empresa naquele ano. Mesmo em dificuldades, o detentor pode receber os dividendos prometidos. Versões mais agressivas incluem cláusulas de “acumulação” — se um ano o dividendo for pulado, a dívida acumula-se para ser paga futuramente.
Potencial de crescimento limitado
O valor das ações preferenciais tem um limite de valorização, principalmente influenciado pelo ambiente de taxas de juros. Quando as taxas de mercado sobem, esse tipo de ação torna-se menos atraente (pois seus dividendos fixos perdem valor relativo); quando as taxas caem, o preço sobe. Diferentemente das ações comuns — cujo valor pode dobrar ou até multiplicar por dez com o crescimento da empresa.
Sem direito de voto ou com direito limitado
Abandonar o direito de voto é uma das compensações das ações preferenciais. Você não participa das decisões importantes da empresa, como eleições do conselho ou votações de reestruturação. Para investidores que buscam renda passiva, isso não é um problema, mas para quem deseja participar da governança, é uma limitação.
Diversas variações para diferentes necessidades
Existem no mercado ações preferenciais conversíveis (que podem ser trocadas por ações ordinárias), resgatáveis (a empresa pode recomprar) e participativas (dividendos ligados ao desempenho da empresa). Essa flexibilidade permite que a emissão atraia investidores com diferentes perfis de risco.
Por que ações comuns atraem investidores de crescimento
Os detentores de ações comuns têm direito a voto, podendo influenciar as decisões na assembleia geral. Este controle é especialmente importante para investidores de longo prazo — você pode impactar o rumo da empresa.
Quanto aos dividendos, as ações comuns variam conforme o desempenho da companhia. Empresas de rápido crescimento podem não pagar dividendos, preferindo reinvestir os lucros em pesquisa e desenvolvimento; empresas maduras e estáveis podem distribuir dividendos generosos. Essa incerteza acompanha o potencial de alto crescimento.
Em liquidez, as ações comuns geralmente superam as preferenciais. Você pode comprá-las e vendê-las a qualquer momento na bolsa, sem se preocupar com cláusulas complexas de resgate. Isso é fundamental para quem precisa ajustar rapidamente sua carteira.
Por outro lado, tudo tem seu lado negativo. Em caso de liquidação da empresa, as ações comuns ficam atrás dos credores e acionistas preferenciais — muitas vezes, não há nada para distribuir. Além disso, a volatilidade do mercado afeta diretamente o preço das ações, podendo gerar perdas de 30% ou mais no curto prazo.
Dados: desempenho histórico comparado
Vamos a um exemplo de cinco anos: o S&P 500 (que inclui principalmente ações comuns) subiu 57,60%, enquanto o S&P U.S. Preferred Stock Index (que acompanha ações preferenciais) caiu 18,05%. Parece indicar que ações comuns são mais vantajosas, mas o contexto é importante — esses cinco anos tiveram taxas de juros em alta, pressionando os preços de ativos de renda fixa.
Se observarmos outro período, em que as taxas de juros caíram, o desempenho das ações preferenciais teria sido melhor. Isso mostra que os dois tipos de ações se adaptam a diferentes ciclos econômicos.
Como escolher a estratégia de investimento que mais combina com você
Se você tem entre 30 e 50 anos, com tempo suficiente para investir e disposição para riscos, ações comuns são a melhor escolha. Você pode tolerar oscilações de curto prazo e, a longo prazo, colher os frutos do crescimento da empresa. Nesse cenário, deve-se priorizar ações comuns, complementando com uma pequena parcela de ações preferenciais para estabilidade da carteira.
Se você está perto de aposentadoria ou já aposentado, priorizando fluxo de caixa em vez de valorização de capital, as ações preferenciais devem compor sua alocação principal. Os dividendos fixos podem substituir sua renda de trabalho, reduzindo sua sensibilidade às oscilações do mercado.
A melhor estratégia é uma combinação equilibrada. Investidores jovens podem destinar 70% para ações comuns e 30% para ações preferenciais; quem está perto de se aposentar pode inverter essa proporção. Assim, você aproveita oportunidades de crescimento e mantém uma fonte de renda estável.
Como montar sua carteira de investimentos
Primeiro passo: escolha uma corretora regulamentada e confiável, garantindo a segurança do seu capital.
Segundo passo: estude profundamente as empresas de seu interesse — analise demonstrações financeiras, posição no setor, vantagens competitivas.
Terceiro passo: distribua seu capital entre ações comuns e preferenciais de acordo com seu perfil de risco.
Quarto passo: execute suas operações por ordens de mercado ou limitadas. Se sua corretora suportar, pode também usar contratos por diferença(CFD) para negociar esses ativos, com alavancagem — embora com riscos maiores.
Reflexões finais
Ações comuns e ações preferenciais têm suas vantagens e desvantagens, sem uma vitória clara. O importante é alinhar sua estratégia ao seu estágio de vida, perfil de risco e objetivos financeiros. Investidores iniciantes costumam cometer erros ao buscar altos retornos sem considerar os riscos, ou ao serem excessivamente conservadores e perder oportunidades de crescimento.
Revise sua carteira periodicamente, ajustando a proporção de ativos conforme o mercado e sua situação pessoal mudam. O mercado evolui, e sua estratégia também deve ser flexível para encontrar o equilíbrio que seja adequado para você entre ações comuns e preferenciais.
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Escolha o tipo de ação certo: ações ordinárias e preferenciais como determinar seus retornos de investimento
No mercado de ações, investir não se resume a uma única opção. As ações emitidas pelas empresas apresentam várias formas, cada uma com direitos e riscos distintos. Pode-se obter direitos de voto e potencial de crescimento, ou trocar por dividendos estáveis — esta é a diferença central entre ações comuns e preferenciais. Compreender as características de ambos os tipos de ações é o primeiro passo para definir uma estratégia de investimento adequada.
Diferenças fundamentais entre os dois tipos de ações
Ações comuns são a forma mais comum de ações. Quando compra este tipo de ação, torna-se proprietário parcial da empresa, com direito a voto e participação nos lucros do crescimento da companhia. Mas esta é uma espada de dois gumes, pois também implica riscos maiores — quando a empresa tem bom desempenho, você lucra bastante; em tempos difíceis, os dividendos podem diminuir drasticamente ou até desaparecer.
Ações preferenciais são uma ferramenta de investimento híbrida, entre ações ordinárias e títulos de dívida. Os detentores abrem mão do direito de voto em troca de prioridade na distribuição de dividendos fixos ou predefinidos, além de preferência no recebimento em caso de falência da empresa (embora ainda fiquem atrás dos credores). Isso atrai investidores que buscam fluxo de caixa estável.
Quatro principais características das ações preferenciais
Dividendos fixos ou flutuantes
A maior vantagem das ações preferenciais é a estabilidade dos dividendos. Na maioria das vezes, a taxa de dividendos é fixa ou varia de acordo com uma taxa predefinida, independentemente do lucro da empresa naquele ano. Mesmo em dificuldades, o detentor pode receber os dividendos prometidos. Versões mais agressivas incluem cláusulas de “acumulação” — se um ano o dividendo for pulado, a dívida acumula-se para ser paga futuramente.
Potencial de crescimento limitado
O valor das ações preferenciais tem um limite de valorização, principalmente influenciado pelo ambiente de taxas de juros. Quando as taxas de mercado sobem, esse tipo de ação torna-se menos atraente (pois seus dividendos fixos perdem valor relativo); quando as taxas caem, o preço sobe. Diferentemente das ações comuns — cujo valor pode dobrar ou até multiplicar por dez com o crescimento da empresa.
Sem direito de voto ou com direito limitado
Abandonar o direito de voto é uma das compensações das ações preferenciais. Você não participa das decisões importantes da empresa, como eleições do conselho ou votações de reestruturação. Para investidores que buscam renda passiva, isso não é um problema, mas para quem deseja participar da governança, é uma limitação.
Diversas variações para diferentes necessidades
Existem no mercado ações preferenciais conversíveis (que podem ser trocadas por ações ordinárias), resgatáveis (a empresa pode recomprar) e participativas (dividendos ligados ao desempenho da empresa). Essa flexibilidade permite que a emissão atraia investidores com diferentes perfis de risco.
Por que ações comuns atraem investidores de crescimento
Os detentores de ações comuns têm direito a voto, podendo influenciar as decisões na assembleia geral. Este controle é especialmente importante para investidores de longo prazo — você pode impactar o rumo da empresa.
Quanto aos dividendos, as ações comuns variam conforme o desempenho da companhia. Empresas de rápido crescimento podem não pagar dividendos, preferindo reinvestir os lucros em pesquisa e desenvolvimento; empresas maduras e estáveis podem distribuir dividendos generosos. Essa incerteza acompanha o potencial de alto crescimento.
Em liquidez, as ações comuns geralmente superam as preferenciais. Você pode comprá-las e vendê-las a qualquer momento na bolsa, sem se preocupar com cláusulas complexas de resgate. Isso é fundamental para quem precisa ajustar rapidamente sua carteira.
Por outro lado, tudo tem seu lado negativo. Em caso de liquidação da empresa, as ações comuns ficam atrás dos credores e acionistas preferenciais — muitas vezes, não há nada para distribuir. Além disso, a volatilidade do mercado afeta diretamente o preço das ações, podendo gerar perdas de 30% ou mais no curto prazo.
Dados: desempenho histórico comparado
Vamos a um exemplo de cinco anos: o S&P 500 (que inclui principalmente ações comuns) subiu 57,60%, enquanto o S&P U.S. Preferred Stock Index (que acompanha ações preferenciais) caiu 18,05%. Parece indicar que ações comuns são mais vantajosas, mas o contexto é importante — esses cinco anos tiveram taxas de juros em alta, pressionando os preços de ativos de renda fixa.
Se observarmos outro período, em que as taxas de juros caíram, o desempenho das ações preferenciais teria sido melhor. Isso mostra que os dois tipos de ações se adaptam a diferentes ciclos econômicos.
Como escolher a estratégia de investimento que mais combina com você
Se você tem entre 30 e 50 anos, com tempo suficiente para investir e disposição para riscos, ações comuns são a melhor escolha. Você pode tolerar oscilações de curto prazo e, a longo prazo, colher os frutos do crescimento da empresa. Nesse cenário, deve-se priorizar ações comuns, complementando com uma pequena parcela de ações preferenciais para estabilidade da carteira.
Se você está perto de aposentadoria ou já aposentado, priorizando fluxo de caixa em vez de valorização de capital, as ações preferenciais devem compor sua alocação principal. Os dividendos fixos podem substituir sua renda de trabalho, reduzindo sua sensibilidade às oscilações do mercado.
A melhor estratégia é uma combinação equilibrada. Investidores jovens podem destinar 70% para ações comuns e 30% para ações preferenciais; quem está perto de se aposentar pode inverter essa proporção. Assim, você aproveita oportunidades de crescimento e mantém uma fonte de renda estável.
Como montar sua carteira de investimentos
Primeiro passo: escolha uma corretora regulamentada e confiável, garantindo a segurança do seu capital.
Segundo passo: estude profundamente as empresas de seu interesse — analise demonstrações financeiras, posição no setor, vantagens competitivas.
Terceiro passo: distribua seu capital entre ações comuns e preferenciais de acordo com seu perfil de risco.
Quarto passo: execute suas operações por ordens de mercado ou limitadas. Se sua corretora suportar, pode também usar contratos por diferença(CFD) para negociar esses ativos, com alavancagem — embora com riscos maiores.
Reflexões finais
Ações comuns e ações preferenciais têm suas vantagens e desvantagens, sem uma vitória clara. O importante é alinhar sua estratégia ao seu estágio de vida, perfil de risco e objetivos financeiros. Investidores iniciantes costumam cometer erros ao buscar altos retornos sem considerar os riscos, ou ao serem excessivamente conservadores e perder oportunidades de crescimento.
Revise sua carteira periodicamente, ajustando a proporção de ativos conforme o mercado e sua situação pessoal mudam. O mercado evolui, e sua estratégia também deve ser flexível para encontrar o equilíbrio que seja adequado para você entre ações comuns e preferenciais.