Essa recente alta do mercado de prata fez com que o LOF de prata também se tornasse bastante popular. Com alta margem, limites de preço máximo, restrições de compra uma após a outra, até uma série de produtos com nomes e códigos semelhantes foram atingidos pelo limite de preço máximo.
Muitas pessoas começaram a se perguntar: já que a prata está tão valorizada, por que só podemos ficar de olho neste LOF que tem suas "falhas"? Por que não podemos, como no caso do ouro, simplesmente comprar um ETF de prata que seja conveniente e econômico?
Vamos falar de algumas questões centrais.
**Primeiro, a alta margem atual.** Na verdade, isso é uma ilusão criada pelo sentimento de compra. Quem entra comprando no pico, logo começa a ter prejuízo. Se você comprou com uma margem de 20%, o preço do contrato de prata precisa subir mais 20% para você recuperar o investimento. Assim que o pico passar ou a restrição de compra for levantada (embora a chance disso seja zero), a margem desaparece instantaneamente, e quem comprou na alta acaba levando um duplo prejuízo. Portanto, neste momento, não vale a pena arriscar no mercado interno, enquanto a arbitragem fora do mercado ainda é relativamente segura.
**Depois, a questão do retorno a longo prazo.** Muitos investidores já perceberam que manter um LOF de prata dificilmente rende mais do que a prata física no mesmo período. Isso não é por falta de habilidade dos gestores, mas por uma falha fundamental do produto — a perda na rotação de posições. O LOF de prata é, na verdade, um "fundo de futuros", que não guarda prata de verdade, mas contratos futuros. Esses contratos têm uma data de vencimento, e o fundo precisa constantemente "vender os contratos que estão perto do vencimento e comprar novos". Na maioria das vezes, os contratos de longo prazo custam mais do que os de curto prazo (isso é chamado de contango), então toda troca de posições faz o fundo vender barato e comprar caro, o que causa uma sangria contínua no valor líquido. Essa perda acumulada, como um funil, vai consumindo o valor do fundo ao longo do tempo, levando a um desempenho inferior ao da prata física.
**Por que o tamanho do fundo não cresce?** Existem limitações regulatórias. Segundo as regras, fundos abertos, por não serem membros de uma corretora de futuros, têm um limite de 1 milhão de contratos na posição principal (equivalente a cerca de 10 bilhões de reais em valor de mercado). Com dois contratos de longo prazo, o limite máximo do fundo fica entre 30 bilhões e 50 bilhões de reais. Se o dinheiro ultrapassar esse limite, mesmo que o gestor tenha recursos, não há como adquirir mais ativos de forma legal.
**Por último, uma questão: já que os fundos de futuros têm tantas dificuldades, por que as gestoras não seguem o exemplo do ETF de ouro, compram prata física para armazenar em depósitos e criam um ETF de prata físico, com rastreamento preciso e tamanho ilimitado?**
Aqui está um dilema econômico específico da prata:
**Primeiro, o problema do armazenamento — uma realidade bastante dura.** Com o preço atual, 1 kg de ouro vale cerca de 1 milhão de reais, enquanto 1 kg de prata vale pouco mais de 16 mil reais. Para criar um ETF de 100 bilhões de reais em prata, o volume de armazenamento necessário seria dezenas de vezes maior do que o de um ETF de ouro. Nenhuma gestora ou bolsa consegue suportar esse espaço de armazenamento, segurança e custos logísticos.
**Segundo, a prata é suscetível à deterioração — uma característica de produto industrial.** Ouro guardado em cofres por cem anos ainda brilha, praticamente sem perdas. A prata, por ser um metal industrial, oxida e escurece com o tempo quando exposta ao ar. Para manter uma grande quantidade de prata física armazenada por longo prazo sem perda de valor, os custos de manutenção seriam altíssimos.
**E há ainda um grande problema: infraestrutura.** No caso do ouro, há um ciclo fechado bem estabelecido. A Bolsa de Ouro de Xangai (SGE) criou um sistema de negociação de ouro físico bastante avançado, onde os ETFs podem negociar diretamente com a SGE, e o armazém da SGE é de nível nacional, com alta credibilidade. No caso da prata, o problema está aí — embora a SGE negocie prata, ela atende principalmente às necessidades industriais, sem um sistema de entrega e armazenamento padronizado, grande, voltado especificamente para investimentos. Sem essa infraestrutura, as gestoras não se arriscam a criar ETFs de prata física.
Portanto, não adianta tentar inventar soluções sem considerar esses riscos e limitações.
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SerumSquirter
· 16m atrás
Caramba, ao olhar assim, a questão do ETF de prata realmente não é preguiça das empresas de fundos, é fisicamente impossível de suportar
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QuietlyStaking
· 12-24 16:52
Ai, é por isso que eu nunca vou atrás de LOF de prata, fundos de futuros são essencialmente vampiros.
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SelfCustodyBro
· 12-24 16:44
Caramba, por que o custo de armazenamento é tão alto? Não é de admirar que ninguém se atreva a fazer um ETF de prata física, parece mesmo um beco sem saída
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AlgoAlchemist
· 12-24 16:25
Incrível, mais uma vez o mercado sendo conduzido pelas emoções. Eu já tinha pensado nisso antes, essa coisa do LOF de prata é basicamente uma armadilha, o momento de colher é quando o prêmio desaparece.
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OnChainArchaeologist
· 12-24 16:24
Meu Deus, mais do mesmo, comprar a um preço excessivamente alto é suicídio, eu já disse há muito tempo para não tocar nesta coisa.
Essa recente alta do mercado de prata fez com que o LOF de prata também se tornasse bastante popular. Com alta margem, limites de preço máximo, restrições de compra uma após a outra, até uma série de produtos com nomes e códigos semelhantes foram atingidos pelo limite de preço máximo.
Muitas pessoas começaram a se perguntar: já que a prata está tão valorizada, por que só podemos ficar de olho neste LOF que tem suas "falhas"? Por que não podemos, como no caso do ouro, simplesmente comprar um ETF de prata que seja conveniente e econômico?
Vamos falar de algumas questões centrais.
**Primeiro, a alta margem atual.** Na verdade, isso é uma ilusão criada pelo sentimento de compra. Quem entra comprando no pico, logo começa a ter prejuízo. Se você comprou com uma margem de 20%, o preço do contrato de prata precisa subir mais 20% para você recuperar o investimento. Assim que o pico passar ou a restrição de compra for levantada (embora a chance disso seja zero), a margem desaparece instantaneamente, e quem comprou na alta acaba levando um duplo prejuízo. Portanto, neste momento, não vale a pena arriscar no mercado interno, enquanto a arbitragem fora do mercado ainda é relativamente segura.
**Depois, a questão do retorno a longo prazo.** Muitos investidores já perceberam que manter um LOF de prata dificilmente rende mais do que a prata física no mesmo período. Isso não é por falta de habilidade dos gestores, mas por uma falha fundamental do produto — a perda na rotação de posições. O LOF de prata é, na verdade, um "fundo de futuros", que não guarda prata de verdade, mas contratos futuros. Esses contratos têm uma data de vencimento, e o fundo precisa constantemente "vender os contratos que estão perto do vencimento e comprar novos". Na maioria das vezes, os contratos de longo prazo custam mais do que os de curto prazo (isso é chamado de contango), então toda troca de posições faz o fundo vender barato e comprar caro, o que causa uma sangria contínua no valor líquido. Essa perda acumulada, como um funil, vai consumindo o valor do fundo ao longo do tempo, levando a um desempenho inferior ao da prata física.
**Por que o tamanho do fundo não cresce?** Existem limitações regulatórias. Segundo as regras, fundos abertos, por não serem membros de uma corretora de futuros, têm um limite de 1 milhão de contratos na posição principal (equivalente a cerca de 10 bilhões de reais em valor de mercado). Com dois contratos de longo prazo, o limite máximo do fundo fica entre 30 bilhões e 50 bilhões de reais. Se o dinheiro ultrapassar esse limite, mesmo que o gestor tenha recursos, não há como adquirir mais ativos de forma legal.
**Por último, uma questão: já que os fundos de futuros têm tantas dificuldades, por que as gestoras não seguem o exemplo do ETF de ouro, compram prata física para armazenar em depósitos e criam um ETF de prata físico, com rastreamento preciso e tamanho ilimitado?**
Aqui está um dilema econômico específico da prata:
**Primeiro, o problema do armazenamento — uma realidade bastante dura.** Com o preço atual, 1 kg de ouro vale cerca de 1 milhão de reais, enquanto 1 kg de prata vale pouco mais de 16 mil reais. Para criar um ETF de 100 bilhões de reais em prata, o volume de armazenamento necessário seria dezenas de vezes maior do que o de um ETF de ouro. Nenhuma gestora ou bolsa consegue suportar esse espaço de armazenamento, segurança e custos logísticos.
**Segundo, a prata é suscetível à deterioração — uma característica de produto industrial.** Ouro guardado em cofres por cem anos ainda brilha, praticamente sem perdas. A prata, por ser um metal industrial, oxida e escurece com o tempo quando exposta ao ar. Para manter uma grande quantidade de prata física armazenada por longo prazo sem perda de valor, os custos de manutenção seriam altíssimos.
**E há ainda um grande problema: infraestrutura.** No caso do ouro, há um ciclo fechado bem estabelecido. A Bolsa de Ouro de Xangai (SGE) criou um sistema de negociação de ouro físico bastante avançado, onde os ETFs podem negociar diretamente com a SGE, e o armazém da SGE é de nível nacional, com alta credibilidade. No caso da prata, o problema está aí — embora a SGE negocie prata, ela atende principalmente às necessidades industriais, sem um sistema de entrega e armazenamento padronizado, grande, voltado especificamente para investimentos. Sem essa infraestrutura, as gestoras não se arriscam a criar ETFs de prata física.
Portanto, não adianta tentar inventar soluções sem considerar esses riscos e limitações.