O Dólar Australiano enfraquece pelo sexto dia consecutivo à medida que as probabilidades de aumento de taxa pelo RBA sobem para 28% em fevereiro.Apesar das expectativas de inflação subirem para 4,7%, o AUD enfrenta dificuldades frente à força do USD.As taxas de câmbio de 103 euros para AUD refletem uma volatilidade cambial mais ampla nos mercados emergentes.
O Dólar Australiano (AUD) está sob pressão sustentada contra o Dólar Americano (USD), marcando seis dias de perdas consecutivas. Embora os dados recentes de inflação teoricamente devam apoiar a moeda, as dinâmicas de mercado estão pintando um quadro mais complexo.
A Paradoxo da Inflação: Por que as Expectativas Crescentes Não Ajudam ao AUD
As Expectativas de Inflação ao Consumidor na Austrália subiram para 4,7% em dezembro, de 4,5% em novembro, atingindo o menor nível em três meses. Na superfície, esse dado reforça a tese de que o Banco Central da Austrália (RBA) deve apertar a política monetária, o que normalmente impulsiona a moeda local. Instituições importantes, incluindo o Commonwealth Bank of Australia e o National Australia Bank, já ajustaram suas previsões para antecipar aumentos de taxa mais cedo do que o inicialmente previsto.
A precificação de mercado revela a escala das expectativas hawkish: contratos de swap atualmente atribuem uma probabilidade de 28% a um aumento de taxa em fevereiro, com quase 41% de chances precificadas para março. Até agosto, os mercados já precificaram quase totalmente os movimentos de aperto. Essa posição surgiu após a postura hawkish do RBA na sua última reunião de 2025, na semana passada, sinalizando que os formuladores de política permanecem focados em conter uma inflação teimosa em um ambiente econômico com capacidade restrita.
No entanto, paradoxalmente, o enfraquecimento do AUD persiste. A luta da moeda destaca uma mudança fundamental na dinâmica de taxas globais — a performance superior do Dólar Americano está sobrepujando sinais positivos locais.
O Índice do Dólar Americano Fortalece-se em Meio ao Ceticismo sobre Corte de Juros pelo Fed
O Índice do Dólar (DXY), que mede a força do USD contra seis moedas de mercados desenvolvidos, continua a oscilar em torno de 98,40. A resiliência do dólar decorre do esvaziamento rápido das expectativas de cortes adicionais de juros pelo Federal Reserve.
Dados recentes do mercado de trabalho dos EUA apresentaram sinais mistos. As folhas de pagamento de novembro aumentaram em 64.000 — ligeiramente acima das previsões — mas os números de outubro sofreram uma revisão para baixo acentuada. Enquanto isso, a taxa de desemprego subiu para 4,6%, atingindo o nível mais alto desde 2021. As vendas no varejo permaneceram estáveis mês a mês, sinalizando que o impulso de consumo está desacelerando.
Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve de Atlanta, forneceu um contexto crucial em declarações recentes, caracterizando o relatório de empregos como apresentando uma “imagem mista” que não altera materialmente a perspectiva do Fed. Bostic enfatizou sua preferência por taxas inalteradas nas reuniões de política recentes. Mais importante, destacou que várias pesquisas indicam custos de entrada mais altos, com empresas determinadas a manter margens de lucro por meio de aumentos de preços. Sua avaliação: “Pressões de preços não vêm apenas de tarifas — o Fed não deve ser precipitado em declarar vitória sobre a inflação.”
Os dirigentes do Fed permanecem divididos quanto à direção da política em 2026. A projeção mediana aponta para apenas um corte de taxa no próximo ano, enquanto alguns formuladores de política veem zero cortes adicionais. Enquanto isso, os traders de derivativos estão precificando duas reduções. A ferramenta CME FedWatch mostra que os futuros de fundos federais agora atribuem uma probabilidade de 74,4% a taxas inalteradas na reunião de janeiro — aumento em relação a aproximadamente 70% uma semana antes.
A desaceleração econômica da China pesa no sentimento de risco
A fraqueza nos dados econômicos da China pressionou ainda mais as moedas sensíveis ao risco, incluindo o AUD. O relatório do Escritório Nacional de Estatísticas de segunda-feira mostrou que as Vendas no Varejo de novembro subiram apenas 1,3% em relação ao ano anterior, muito abaixo do consenso de 2,9% e do dado de outubro de 2,9%. A Produção Industrial avançou 4,8% YoY, atendendo às previsões, mas abaixo do 4,9% do mês anterior.
O dado mais preocupante foi o Investimento em Ativos Fixos: o índice acumulado do ano até novembro deteriorou-se para -2,6% YoY, abaixo da expectativa de -2,3%. A leitura de outubro foi de -1,7%, indicando uma fraqueza acelerada na demanda por investimentos.
Sinais domésticos na Austrália mistos
No cenário interno, o PMI de manufatura do S&P Global subiu para 52,2 em dezembro, de 51,6 anteriormente — um leve sinal positivo. No entanto, o PMI de Serviços caiu para 51,0 de 52,8, e o PMI Composto caiu para 51,1 de 52,6. Essas divergências sugerem um momentum setorial desigual.
O Australian Bureau of Statistics reportou que a Taxa de Desemprego permaneceu estável em 4,3% em novembro, superando o consenso de 4,4%. No entanto, a variação de emprego decepcionou, com uma queda de -21,3 mil contra um aumento de 41,1 mil em outubro (revisado de 42,2 mil), bem abaixo da previsão de 20 mil. Isso sugere que o momentum do mercado de trabalho pode estar enfraquecendo.
Configuração técnica: Quebra do AUD/USD
O AUD/USD quebrou o nível de 0,6600, rompendo um padrão de canal ascendente que anteriormente sustentava o sentimento de alta. O par agora negocia abaixo de sua Média Móvel Exponencial de nove dias (EMA), confirmando um enfraquecimento do momentum de curto prazo.
Os alvos de baixa estão agora em foco. O nível psicológico de 0,6500 surge como próximo suporte potencial, seguido pela mínima de seis meses de 0,6414, estabelecida em 21 de agosto.
Para cima, uma recuperação precisaria recuperar a EMA de nove dias perto de 0,6619. Uma quebra sustentada acima dessa linha apontaria para a fronteira do canal ascendente e potencialmente testaria a máxima de três meses de 0,6685, com resistência adicional em 0,6707 (a mais alta desde outubro de 2024). A fronteira superior do canal fica em torno de 0,6760.
Dinâmica de cruzamento cambial: Fraqueza do AUD em todos os setores
A fraqueza do Dólar Australiano se estende além dos pares com USD. Contra o Yen japonês, o AUD é o principal perdedor entre as principais moedas, refletindo um sentimento de aversão ao risco. Como proxy para tendências cambiais mais amplas, as conversões de 103 euros para AUD ilustram como moedas de mercados emergentes e ligadas a commodities enfrentam ventos contrários no ambiente atual dominado pela incerteza do Fed e preocupações com a desaceleração da China.
A Conclusão
A sequência de seis dias de perdas do Dólar Australiano reflete um choque entre sinais hawkish locais e a força global do USD. Enquanto o RBA parece pronto para um aperto mais cedo (suportado por expectativas de inflação de 4,7%), a postura hawkish do próprio Federal Reserve e as expectativas reduzidas de cortes de taxa dos investidores inverteram a vantagem usual de taxas de juros para o AUD. Com o crescimento chinês mais fraco e dados de mercado de trabalho australiano desiguais, a quebra técnica abaixo de 0,6600 torna-se menos surpreendente. Até que a força do USD diminua ou o apetite ao risco se recupere, os ursos do AUD mantêm a vantagem.
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AUD/USD Cai Apesar da Inflação Sinal Hawkish de Inflação—Análise Técnica e Perspetivas de Corte de Taxa
O Dólar Australiano enfraquece pelo sexto dia consecutivo à medida que as probabilidades de aumento de taxa pelo RBA sobem para 28% em fevereiro. Apesar das expectativas de inflação subirem para 4,7%, o AUD enfrenta dificuldades frente à força do USD. As taxas de câmbio de 103 euros para AUD refletem uma volatilidade cambial mais ampla nos mercados emergentes.
O Dólar Australiano (AUD) está sob pressão sustentada contra o Dólar Americano (USD), marcando seis dias de perdas consecutivas. Embora os dados recentes de inflação teoricamente devam apoiar a moeda, as dinâmicas de mercado estão pintando um quadro mais complexo.
A Paradoxo da Inflação: Por que as Expectativas Crescentes Não Ajudam ao AUD
As Expectativas de Inflação ao Consumidor na Austrália subiram para 4,7% em dezembro, de 4,5% em novembro, atingindo o menor nível em três meses. Na superfície, esse dado reforça a tese de que o Banco Central da Austrália (RBA) deve apertar a política monetária, o que normalmente impulsiona a moeda local. Instituições importantes, incluindo o Commonwealth Bank of Australia e o National Australia Bank, já ajustaram suas previsões para antecipar aumentos de taxa mais cedo do que o inicialmente previsto.
A precificação de mercado revela a escala das expectativas hawkish: contratos de swap atualmente atribuem uma probabilidade de 28% a um aumento de taxa em fevereiro, com quase 41% de chances precificadas para março. Até agosto, os mercados já precificaram quase totalmente os movimentos de aperto. Essa posição surgiu após a postura hawkish do RBA na sua última reunião de 2025, na semana passada, sinalizando que os formuladores de política permanecem focados em conter uma inflação teimosa em um ambiente econômico com capacidade restrita.
No entanto, paradoxalmente, o enfraquecimento do AUD persiste. A luta da moeda destaca uma mudança fundamental na dinâmica de taxas globais — a performance superior do Dólar Americano está sobrepujando sinais positivos locais.
O Índice do Dólar Americano Fortalece-se em Meio ao Ceticismo sobre Corte de Juros pelo Fed
O Índice do Dólar (DXY), que mede a força do USD contra seis moedas de mercados desenvolvidos, continua a oscilar em torno de 98,40. A resiliência do dólar decorre do esvaziamento rápido das expectativas de cortes adicionais de juros pelo Federal Reserve.
Dados recentes do mercado de trabalho dos EUA apresentaram sinais mistos. As folhas de pagamento de novembro aumentaram em 64.000 — ligeiramente acima das previsões — mas os números de outubro sofreram uma revisão para baixo acentuada. Enquanto isso, a taxa de desemprego subiu para 4,6%, atingindo o nível mais alto desde 2021. As vendas no varejo permaneceram estáveis mês a mês, sinalizando que o impulso de consumo está desacelerando.
Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve de Atlanta, forneceu um contexto crucial em declarações recentes, caracterizando o relatório de empregos como apresentando uma “imagem mista” que não altera materialmente a perspectiva do Fed. Bostic enfatizou sua preferência por taxas inalteradas nas reuniões de política recentes. Mais importante, destacou que várias pesquisas indicam custos de entrada mais altos, com empresas determinadas a manter margens de lucro por meio de aumentos de preços. Sua avaliação: “Pressões de preços não vêm apenas de tarifas — o Fed não deve ser precipitado em declarar vitória sobre a inflação.”
Os dirigentes do Fed permanecem divididos quanto à direção da política em 2026. A projeção mediana aponta para apenas um corte de taxa no próximo ano, enquanto alguns formuladores de política veem zero cortes adicionais. Enquanto isso, os traders de derivativos estão precificando duas reduções. A ferramenta CME FedWatch mostra que os futuros de fundos federais agora atribuem uma probabilidade de 74,4% a taxas inalteradas na reunião de janeiro — aumento em relação a aproximadamente 70% uma semana antes.
A desaceleração econômica da China pesa no sentimento de risco
A fraqueza nos dados econômicos da China pressionou ainda mais as moedas sensíveis ao risco, incluindo o AUD. O relatório do Escritório Nacional de Estatísticas de segunda-feira mostrou que as Vendas no Varejo de novembro subiram apenas 1,3% em relação ao ano anterior, muito abaixo do consenso de 2,9% e do dado de outubro de 2,9%. A Produção Industrial avançou 4,8% YoY, atendendo às previsões, mas abaixo do 4,9% do mês anterior.
O dado mais preocupante foi o Investimento em Ativos Fixos: o índice acumulado do ano até novembro deteriorou-se para -2,6% YoY, abaixo da expectativa de -2,3%. A leitura de outubro foi de -1,7%, indicando uma fraqueza acelerada na demanda por investimentos.
Sinais domésticos na Austrália mistos
No cenário interno, o PMI de manufatura do S&P Global subiu para 52,2 em dezembro, de 51,6 anteriormente — um leve sinal positivo. No entanto, o PMI de Serviços caiu para 51,0 de 52,8, e o PMI Composto caiu para 51,1 de 52,6. Essas divergências sugerem um momentum setorial desigual.
O Australian Bureau of Statistics reportou que a Taxa de Desemprego permaneceu estável em 4,3% em novembro, superando o consenso de 4,4%. No entanto, a variação de emprego decepcionou, com uma queda de -21,3 mil contra um aumento de 41,1 mil em outubro (revisado de 42,2 mil), bem abaixo da previsão de 20 mil. Isso sugere que o momentum do mercado de trabalho pode estar enfraquecendo.
Configuração técnica: Quebra do AUD/USD
O AUD/USD quebrou o nível de 0,6600, rompendo um padrão de canal ascendente que anteriormente sustentava o sentimento de alta. O par agora negocia abaixo de sua Média Móvel Exponencial de nove dias (EMA), confirmando um enfraquecimento do momentum de curto prazo.
Os alvos de baixa estão agora em foco. O nível psicológico de 0,6500 surge como próximo suporte potencial, seguido pela mínima de seis meses de 0,6414, estabelecida em 21 de agosto.
Para cima, uma recuperação precisaria recuperar a EMA de nove dias perto de 0,6619. Uma quebra sustentada acima dessa linha apontaria para a fronteira do canal ascendente e potencialmente testaria a máxima de três meses de 0,6685, com resistência adicional em 0,6707 (a mais alta desde outubro de 2024). A fronteira superior do canal fica em torno de 0,6760.
Dinâmica de cruzamento cambial: Fraqueza do AUD em todos os setores
A fraqueza do Dólar Australiano se estende além dos pares com USD. Contra o Yen japonês, o AUD é o principal perdedor entre as principais moedas, refletindo um sentimento de aversão ao risco. Como proxy para tendências cambiais mais amplas, as conversões de 103 euros para AUD ilustram como moedas de mercados emergentes e ligadas a commodities enfrentam ventos contrários no ambiente atual dominado pela incerteza do Fed e preocupações com a desaceleração da China.
A Conclusão
A sequência de seis dias de perdas do Dólar Australiano reflete um choque entre sinais hawkish locais e a força global do USD. Enquanto o RBA parece pronto para um aperto mais cedo (suportado por expectativas de inflação de 4,7%), a postura hawkish do próprio Federal Reserve e as expectativas reduzidas de cortes de taxa dos investidores inverteram a vantagem usual de taxas de juros para o AUD. Com o crescimento chinês mais fraco e dados de mercado de trabalho australiano desiguais, a quebra técnica abaixo de 0,6600 torna-se menos surpreendente. Até que a força do USD diminua ou o apetite ao risco se recupere, os ursos do AUD mantêm a vantagem.