Os metais preciosos têm vindo a subir de forma acentuada recentemente, e várias interpretações têm surgido. Muitos apresentam um argumento que parece bastante lógico: esta tendência é uma repetição do "pico de procura por refúgio" durante a bolha da internet em 2000 e a crise financeira de 2008. À primeira vista, parece fazer sentido, mas se prolongarmos a linha do tempo do gráfico de velas e verificarmos com dados concretos, essa teoria rapidamente se revela insustentável.
**A história fala por si: quando a crise chega, o ouro e a prata não necessariamente disparam**
Vamos consultar os registros históricos. Dois factos vão desafiar completamente a sua perceção.
De 2000 a 2002, o colapso da bolha da internet coincidiu com os ataques de "9·11" em 2001 — um evento de "cisne negro" que pode alterar a geopolítica global. Normalmente, o sentimento de refúgio deve disparar, mas e o que aconteceu com o mercado? O ouro e a prata tiveram movimentos relativamente tranquilos, sem grandes oscilações. Um único evento de crise, por si só, não consegue impulsionar os preços dos metais preciosos.
Ainda mais surpreendente é 2008. No auge da crise financeira, o ouro e a prata não subiram; pelo contrário, acompanharam a tendência de queda. Como explicar isso? Em momentos de pânico extremo, a liquidez seca, a pressão deflacionária prevalece, e todos os ativos são vendidos para obter dinheiro. Numa situação de mercado tão turbulenta, ninguém se preocupa se os metais preciosos são ou não "ativos de refúgio".
**Como é que um mercado em alta se comporta? A resposta está em 2010-2011**
Na história, o último grande ciclo de alta do ouro e da prata terminou em 2011. Mas o impulso dessa tendência não veio no momento em que a crise eclodiu, e sim de uma série de fatores macroeconómicos que se sincronizaram:
A crise da dívida na zona euro começou a intensificar-se em 2010, sendo o verdadeiro gatilho para o sentimento de refúgio. Simultaneamente, em 2009, o Federal Reserve iniciou uma era de taxas de juro zero e lançou a primeira ronda de alargamento quantitativo — as taxas de juro reais despencaram, e a confiança no dólar foi reavaliada. No mercado, a prata também foi alvo de movimentos de short squeeze, e com múltiplos fatores a convergir, em 2011, o ouro e a prata atingiram o seu pico.
Narrativas grandiosas não podem basear-se apenas em uma lógica que "parece fazer sentido"; é preciso respaldo de dados concretos. Os livros de história deixam claro: os picos de valorização dos metais preciosos geralmente não acontecem no momento da crise, mas sim após a implementação de políticas de estímulo (como a injeção massiva de liquidez), na fase de aumento das expectativas de inflação e reavaliação do crédito. Compreender essa diferença temporal é fundamental para evitar erros.
Ver original
Esta página pode conter conteúdos de terceiros, que são fornecidos apenas para fins informativos (sem representações/garantias) e não devem ser considerados como uma aprovação dos seus pontos de vista pela Gate, nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Declaração de exoneração de responsabilidade para obter mais informações.
5 gostos
Recompensa
5
5
Republicar
Partilhar
Comentar
0/400
AltcoinMarathoner
· 2h atrás
Tal como o km 20 numa maratona, todos estão a perseguir a narrativa de compra por pânico, mas os dados contam literalmente uma história diferente. A fase de acumulação ocorre após a resposta política, não durante a própria queda. Essa é a verdadeira curva de adoção para os fluxos macro.
Ver originalResponder0
OnchainArchaeologist
· 8h atrás
Os dados não mentem, é realmente preciso analisar os gráficos históricos de velas em vez de inventar histórias.
Ver originalResponder0
LeverageAddict
· 8h atrás
Mais um assassino de dados, destruindo a narrativa. Ouça, essa história de pânico de risco disparando já foi desmentida, a história está aí — quando uma verdadeira crise chega, todo mundo liquida ativos por dinheiro, metais preciosos? Já foram descartados como lixo. Para ganhar dinheiro, ainda é preciso esperar pelo ciclo de liquidez, aí sim há uma verdadeira ressonância, o exemplo de 2010-2011 já deixou isso bem claro.
Ver originalResponder0
ProveMyZK
· 8h atrás
Espera aí, a crise financeira de 2008 fez o ouro também cair? Essa lógica realmente é incrível, eu tinha entendido errado antes.
Ver originalResponder0
SolidityJester
· 8h atrás
Haha, realmente, contar histórias não é tão convincente quanto dados concretos, naquela onda de metais preciosos em 2008 também caiu.
Os metais preciosos têm vindo a subir de forma acentuada recentemente, e várias interpretações têm surgido. Muitos apresentam um argumento que parece bastante lógico: esta tendência é uma repetição do "pico de procura por refúgio" durante a bolha da internet em 2000 e a crise financeira de 2008. À primeira vista, parece fazer sentido, mas se prolongarmos a linha do tempo do gráfico de velas e verificarmos com dados concretos, essa teoria rapidamente se revela insustentável.
**A história fala por si: quando a crise chega, o ouro e a prata não necessariamente disparam**
Vamos consultar os registros históricos. Dois factos vão desafiar completamente a sua perceção.
De 2000 a 2002, o colapso da bolha da internet coincidiu com os ataques de "9·11" em 2001 — um evento de "cisne negro" que pode alterar a geopolítica global. Normalmente, o sentimento de refúgio deve disparar, mas e o que aconteceu com o mercado? O ouro e a prata tiveram movimentos relativamente tranquilos, sem grandes oscilações. Um único evento de crise, por si só, não consegue impulsionar os preços dos metais preciosos.
Ainda mais surpreendente é 2008. No auge da crise financeira, o ouro e a prata não subiram; pelo contrário, acompanharam a tendência de queda. Como explicar isso? Em momentos de pânico extremo, a liquidez seca, a pressão deflacionária prevalece, e todos os ativos são vendidos para obter dinheiro. Numa situação de mercado tão turbulenta, ninguém se preocupa se os metais preciosos são ou não "ativos de refúgio".
**Como é que um mercado em alta se comporta? A resposta está em 2010-2011**
Na história, o último grande ciclo de alta do ouro e da prata terminou em 2011. Mas o impulso dessa tendência não veio no momento em que a crise eclodiu, e sim de uma série de fatores macroeconómicos que se sincronizaram:
A crise da dívida na zona euro começou a intensificar-se em 2010, sendo o verdadeiro gatilho para o sentimento de refúgio. Simultaneamente, em 2009, o Federal Reserve iniciou uma era de taxas de juro zero e lançou a primeira ronda de alargamento quantitativo — as taxas de juro reais despencaram, e a confiança no dólar foi reavaliada. No mercado, a prata também foi alvo de movimentos de short squeeze, e com múltiplos fatores a convergir, em 2011, o ouro e a prata atingiram o seu pico.
**Contar histórias exige contar histórias verdadeiras**
Narrativas grandiosas não podem basear-se apenas em uma lógica que "parece fazer sentido"; é preciso respaldo de dados concretos. Os livros de história deixam claro: os picos de valorização dos metais preciosos geralmente não acontecem no momento da crise, mas sim após a implementação de políticas de estímulo (como a injeção massiva de liquidez), na fase de aumento das expectativas de inflação e reavaliação do crédito. Compreender essa diferença temporal é fundamental para evitar erros.